O deputado federal Neri Geller (PT/MT) enfrenta uma verdadeira encruzilhada política. Seduzido pelo deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa, José Geraldo Riva (PP), para aderir ao Partido Social Democrático (PSD), Neri até admitiu na semana passada que está encaminhando a sua filiação ao partido. Porém, nos bastidores, o parlamentar resiste em mudar de legenda.
O gabinete do deputado foi o local para uma reunião com os deputados Riva, Eliene Lima, Roberto Dorner e com o vice-governador Chico Daltro, todos do Partido Progressista (PP). O encontro antecipou a adesão dos parlamentares e de Daltro, que momentos depois assinaram o manifesto de apoio à criação formal do partido.
Geller chegou a dizer na ocasião que tudo caminhava para uma adesão em grupo. Mas segundo fontes ouvidas ao Olhar Direto, em uma análise preliminar, o desconforto de Neri é com relação ao futuro do partido, que nasce sem estrutura alguma se comparado ao PP, que comanda o Ministério das Cidades.
“O PSD é um partido que nasce sem sala, sem representação, sem ministério, que reúne alguns nomes fortes que hoje estão na oposição ao governo do PT e que querem renovação visando às eleições municipais do ano que vem”, afirma.
Nos bastidores, há quem diga que Geller só não diz não ao PSD para não contrariar o deputado Eliene Lima, de quem é suplente.
“O deputado Eliene é um dos nomes mais entusiasmados com o convite do Riva para abrir este novo campo político. Pode-se dizer que o deputado Neri Geller está em uma sinuca de bico. Ele não está convicto de que será uma boa troca partidária, mas teme ficar de fora do arco de alianças que gira em torno do Riva”, salientaram observadores ouvidos pelo Olhar Direto.
Ainda segundo analistas, Roberto Dorner também enfrenta dilema semelhante, pois ele é suplente de Pedro Henry, que não pretende sair do PP.
“O PSD é uma aposta de Riva para ser o nome forte do partido, já quem dentro do PP o Riva divide o comando com o Pedro Henry. O deputado Dorner vive este dilema. Teme contrariar o Riva e o Pedro Henry”, salientaram fontes ouvidas pela reportagem do Olhar Direto.
