Após quase três horas de sabatina o ex-secretário-chefe da Casa Civil Éder Moraes foi oficialmente nomeado como novo presidente da a Agência Executora das Obras da Copa do Mundo (Agecopa), em decisão unânime dos deputados estaduais. Ao todo foram 19 votos favoráveis. Confiante e ‘apelidado’ pelos próprios parlamentares de ‘xerife’, o comandante da autarquia disse que assumirá a cadeira com coragem suficiente para fazer as mudanças necessárias nos projetos iniciados pela agência.
Eder disse que agirá com muito rigor contra possíveis irregularidades e quanto à polêmica entre o modal do transporte público, foi taxativo. “Não tenho paixão por nenhum modelo. Precisamos escolher o melhor para o Estado. Não pensando em lucro econômico, mas em lucro social”, argumentou.
Ao ser questionado pelo deputado estadual Gilmar Fabris (DEM) sobre o possível interesse de disputar as eleições de 2012 ou 2014, o novo presidente da Agecopa refutou qualquer hipótese de se candidatar a cargo eletivo antes da realização do Mundial.
“Estou me propondo a ir fazer o trabalho na Agecopa não posso nem pensar, no período que estarei lá, de disputar um cargo eletivo. Descarto qualquer possibilidade de disputa eleitoral. Não posso sair de lá na hora de colocar a cereja no bolo”.
Oposição
Oposição ao governo Silval Barbosa (PMDB), o deputado Percival Muniz (PPS) fez questão de alertar o ex-secretário sobre os gastos a serem realizados durante o desenvolvimento dos trabalhos para a Copa. Lembrando que a receita disponibilizada para Mato Grosso é apenas R$ 100 mil a menos que a do estado de São Paulo.
“Os investimentos para nosso Estado são de R$ 1,3 bilhão e para São Paulo R$ 1,4 bilhão. Temos que apoiar a Agecopa, mas não podemos fechar os olhos para a Saúde Pública. Se puder economizar o nosso ‘dinheirinho’ que está indo pra lá (Agecopa) e investir na saúde o senhor vai fazer um bem enorme”, alfinetou Muniz.
Modelo de transporte
Sem titubear, o presidente do Legislativo, José Riva (PP), convocou Moraes a definir juntamente com a AL, qual o o modelo de transporte a ser adotado em Cuiabá para a Copa. O progressista ressaltou que a decisão deve ser tomada imediatamente.
“O governo é eleito para escolher o melhor para o povo e pode ser que o VLT ou monotrilho sejam mais caros, mas é preciso buscar algo mais moderno. Não escolhemos a diretoria da Agecopa para escolher o modelo de transporte. Isso é uma política de governo e deve ser definido em conjunto”.
Votação
Ao final dos questionamentos, a sessão que havia começado por volta das 18h foi encerrada e o presidente da AL convocou sessão extraordinária para os parlamentares votarem. Acompanhado pelo vice-governador Chico Daltro (PP) o ex-secretário foi conduzido até a presidência onde aguardou a divulgação do resultado da votação, que foi secreta.
Atualizada às 19h40/19h58/20h40/20h57/21h04
