O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PSD), classificou como infelizes as declarações do defensor público geral de Mato Grosso, André Luiz Prieto, de que não deve "nenhuma satisfação" ao governo do Estado e que não teme nenhum tipo de retaliação com relação às denúncias que pairam sobre sua gestão, pelo fato de a Defensoria Pública se tratar de um órgão autônomo.

“Ele não deve explicações só ao Governo do Estado, mas sim aos mais de três milhões de cidadãos mato-grossenses que aqui vivem e que pagam impostos. Muito infeliz essa declaração dele e acho que ele tem que ter a oportunidade de se explicar sobre essas denúncias, até para que tudo isso seja esclarecido logo”, afirmou.

Na semana passada o promotor de justiça Mauro Zaque protocolizou na Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular o pedido de afastamento e bloqueio de bens de Prieto por improbidade administrativa, porém o juiz Luiz Aparecido Bertolucci negou provimento à liminar.

Mesmo com a negativa de liminar para afastamento e bloqueio de bens do gestor, a ação interposta por Zaque deve seguir na referida vara. Consta da ação que os supostos gastos irregulares cometidos por André Prieto nos primeiros meses de sua gestão podem ultrapassar R$ 4 milhões.

Além de gastos exacerbados fora do orçamento da Defensoria, o chefe da instituição teria nomeado apadrinhados políticos do deputado Sérgio Ricardo (PR) e do próprio Riva como uma espécie de troca de favor pela indicação que os parlamentares fizeram do nome dele ao governador Silval Barbosa (PMDB) para o cargo de defensor-geral.

Os relatórios usados como base da ação por Zaque apontam desvios de recursos através de aquisições superfaturadas de combustíveis e, ainda, pagamentos adiantados de contratos e serviços que nunca existiram e emissão de notas frias realizadas por parte do gestor.