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Segunda-feira, 03 de junho de 2024

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na cop 27

Mauro se justifica sobre 'confisco' a desmatadores e diz que se não houver leis mais duras, haverá embargos ao Brasil

Foto: Secom-MT

Mauro se justifica sobre 'confisco' a desmatadores e diz que se não houver leis mais duras, haverá embargos ao Brasil
Após uma fala do governador Mauro Mendes (UNIÃO) durante a COP 27 ter causado alvoroço entre produtores rurais e políticos do estado, o chefe do executivo estadual enviou um áudio se justificando ao presidente da Aprosoja, Fernando Cardore. Ele afirmou que não é “nem um pouco ambientalista”, mas que se não houver leis mais duras, nos próximos anos haverá embargos ao Brasil e a situação dos produtores rurais ficará mais difícil.


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O governador Mauro Mendes (União) defendeu pena de confisco e perda de bens a quem praticar desmatamento ilegal no país durante reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) na tarde desta terça-feira (15), na 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27), em Sharm El Sheik, no Egito. A proposta deve ser formalizada via minuta de projeto de lei nas próximas semanas. A reação, no entanto, não foi boa. Tanto entidades ligadas ao agro quanto deputados estaduais criticaram a fala de Mauro, defendendo a “propriedade privada”.

Depois da reação, Mauro enviou um áudio a Fernando Cardore, justificando sua fala. Ele disse que é natural a preocupação porque “qualquer ideia nova, meio disruptiva, causa uma certa apreensão”, mas que se não forem aplicadas leis mais duras, o Brasil sofrerá embargos internacionais. Segundo o governador, a pressão “está grande”.

“Sou um cara muito sensato, tenho estratégia e não faço nada de ‘louco’ e não sou nem um pouco ambientalista. Eu sou um cara que gosta das coisas corretas, estou enxergando como, acho que muitos já começam a enxergar, que essa pressão internacional pelo desmatamento é uma pressão que está aumentando cada vez mais”, afirmou.

“A Europa já está provando aqui, regulamentos nos seus parlamentos, que vai proibir as empresas deles de comprarem qualquer produto no Brasil ou nas florestas tropicais, que venha de área de desmatamento. Não é desmatamento ilegal. Por que o mundo está tendo essa pressão sobre o Brasil, sobre alguns países? Porque, em primeiro lugar, há muitos anos nós estamos com esse negócio de desmatamento ilegal. É ilegal, mas está crescendo, está diminuindo, está crescendo, desmatamento ilegal pra cá, desmatamento ilegal pra lá e a reação internacional por essa pressão ambiental está aumentando, e vai chegar um ponto que muito provavelmente esses caras vão conseguir impor isso ao Brasil. E aí nós vamos perder é tudo”, completou.

Mauro ainda argumentou que as penas atuais não dão conta da realidade, e que muitas pessoas continuam na ilegalidade porque as consequências são brandas. O governador afirmou que Mato Grosso gastou, nos últimos quatro anos, em torno de R$ 180 milhões para combater o desmatamento ilegal, mas não está resolvendo. Ele citou, ainda, uma conversa que teve com um secretário de Meio Ambiente do Amazonas, que contou que muitas pessoas preferem ser multadas, pois assim terão um documento oficial para gerar direito de posse. Também citou que em Rondônia, muitos usam ‘laranjas’ para serem multados.

“Os instrumentos atuais não estão sendo eficientes e o mundo sabe disso, e o mundo não vai ficar aceitando isso passivamente. Vocês sabem que eu sempre fui um defensor, e contra o desmatamento ilegal. Quem pratica esse crime em Mato Grosso é menos de 1%, é 0,5%. 99% das pessoas fazem a coisa correta. Se 99% faz a coisa correta, olha o prejuízo que esse 1% está dando para nós? Olha o prejuízo que essas pessoas estão dando? A imagem do Brasil, do Mato Grosso, do agro. O dano ambiental. Esse tema ambiental é um tema muito importante e que cada vez mais vai ter importância por causa dessa história do aquecimento global. Então não tem como a gente fugir disso. Ou o Brasil, ou nós somos capazes de tomar decisões para mudar isso rapidamente, ou rapidamente o mundo vai impor, e aí o dano, o prejuízo vai ser maior”, declarou Mauro.

Para que esta ideia de Mauro se torne realidade, é necessário que seja aprovada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional. “Pena muito dura as pessoas cumprem, tem medo. Então desmatamento ilegal é mais ou menos a mesma coisa, tem que ser uma pena dura para as pessoas não fazerem”, argumentou. “E só vai sofrer isso quem fizer coisa ilegal. Não é quem fez. Lei no Brasil, isso está na Constituição, não pode retroagir para prejudicar. É do momento que aprovar e óbvio, se aprovar. Isso é uma ideia que eu joguei na mesa e tenho convicção, de novo, vou falar aqui, se não fizermos nada e mudar essa trajetória, em um ano o mundo vai estar nos embargando e vai exigir desmatamento zero, e aí ao invés de perder o que já perdemos, os 80%, vamos perder os 20%, os 65%, porque aí vai ser desmatamento zero que eles vão impor”, completou.
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