O senador Osvaldo Sobrinho (PTB) fez um apelo nesta quinta-feira para que o Ministério de Relações Exteriores retome as negociações com a Bolívia com vistas à retomada do fornecimento de gás natural para a usina Mário Covas, em Cuiabá.

Construída com investimento milionário pela gigante norte-americana Enron, que quebrou em 2005, a termelétrica foi inaugurada durante o governo Dante de Oliveira no ano de 2002, com capacidade de produzir 480 MW de energia a gás e vapor. Porém parou de funcionar em setembro de 2007 devido a problemas operacionais no gasoduto Bolívia-Brasil.

Sobrinho pediu o apoio de toda a bancada federal mato-grossense, do prefeito de Cuiabá,  Wilson Santos (PSDB), e do governador do Estado, Blairo Maggi (PR), para uma ação junto à Petrobrás no sentido de que o gás possa voltar a ser fornecido à região Sudeste. "Para nós, o importante é que a usina gere empregos e tributos para Mato Grosso", explicou.

Segundo ele, não mobilizar esforços e manter fechada a usina significa torná-la sucata e jogar fora um investimento e um patrimônio nacional. "Não adianta termos este gasoduto se não dispomos da matéria-prima para movimentá-la. O fechamento da usina Mário Covas representa 600 mil megawatt a menos no sistema elétrico brasileiro", protestou na tribuna do Senado.

O senador criticou a forma omissa com que o governo agiu, em 2006, quando da apropriação por parte da Bolívia das unidades produtoras de gás da Petrobrás naquele país. Ele disse que entende os motivos da reação da Bolívia, mas defendeu o cumprimento dos acordos entre os dois países.

"Cabe pedir compreensão ao goverrno boliviano, pois não podemos jogar fora este investimento que o Brasil fez para garantir a energia necessária para a nossa indústria", ressaltou.

Para Osvaldo Sobrinho, a usina é sinônimo do crescimento da economia do Mato Grosso nos últimos anos. "Faço este apelo porque transformamos uma economia que até dez anos atrás não era representativa em um dos estados que hoje é ícone de desenvolvimento no Brasil", concluiu.