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Terça-feira, 04 de junho de 2024

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Aliados de Sarney apostam que Conselho de Ética arquive denúncias

O clima de instabilidade política no Senado deverá se intensificar hoje, com o início dos trabalhos do Conselho de Ética. Os opositores à manutenção de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa já se preparam para recorrer de um eventual arquivamento das denúncias contra o pemedebista e revidarão em plenário, com a obstrução de votações, a tentativa do PMDB de impedir investigações. Sarney deverá fazer sua defesa hoje em plenário, depois da reunião do conselho e, segundo seus aliados, não pretende renunciar.


Ontem, durante todo o dia, senadores do PSDB, DEM, PSB, PDT e PT trabalhavam com a perspectiva de que o Conselho de Ética, composto majoritariamente por aliados de Sarney, arquivará as 11 denúncias e representações contra o presidente da Casa. Representantes dos cinco partidos reuniram-se para traçar uma estratégia, garantir o prosseguimento das investigações e recorrer da provável decisão do presidente do Conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ), de arquivar as denúncias. O receio desses senadores é que poucas denúncias fazem a ligação direta do fato a ser investigado com José Sarney e que, no mérito, elas sejam consideradas improcedentes. Esses parlamentares tentaram registrar a iniciativa em uma nota, pedindo o afastamento de Sarney por 60 dias.

O PT negou-se a assiná-la, por temer que a presidência do Senado fique com a oposição. No caso de afastamento de Sarney, Marconi Perillo (PSDB-GO), assumirá. Estavam presentes na reunião Sergio Guerra (PSDB-PE), Agripino Maia (DEM-RN), Tião Viana (PT-AC), Aloizio Mercadante (PT-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Renato Casagrande (PSB-ES), Demóstenes Torres (DEM-GO), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

A expectativa dos senadores, tanto aliados quanto opositores a Sarney, é que Paulo Duque não arquive todas as denúncias de uma vez. "O que acalma o clima de denúncia é o equilíbrio. Um placar de 10 a 0 não é bom para nenhum dos lados. Não ganha o jogo", explicou o líder do governo, Romero Jucá (RR). Hoje, Duque deve se pronunciar sobre três denúncias apresentadas por Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB , e duas representações protocoladas pelo P-SOL: uma contra Sarney e outra contra Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente da Casa. Aliados dizem que todas poderão ser consideradas improcedentes, mas que até o fim da semana Duque, ao analisar as outras denúncias e representações, aceite uma delas. O PMDB tentará controlar as investigações para impedir que Sarney tenha de se licenciar.

O Palácio do Planalto continua protegendo Sarney. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de seus interlocutores, deu um recado à bancada petista e disse que se for preciso chamará um por um dos 12 senadores do PT. Lula quer evitar que os petistas continuem pedindo o afastamento de Sarney. O PT é o fiel da balança na contagem dos aliados do pemedebista e partido é essencial para manter a sustentação política de Sarney no Senado. A reunião da bancada, prevista para ontem, foi cancelada. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), entretanto, negou ter recebido pressão do Planalto, e disse que não havia sentido marcar uma nova reunião. "A bancada já tomou uma decisão, pelo afastamento de Sarney, e essa decisão foi mantida", explicou ontem. Mas a posição do PT deverá mudar com a pressão de Lula, dizem os aliados de Sarney.

Defensor de Sarney, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) reuniu-se ontem com integrantes do governo federal e, em seguida, encontrou-se com o presidente do Senado. Ele integra a "tropa de choque" de Sarney, ao lado de Renan Calheiros, seu ex-inimigo político.
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