Diretor da ANP se emociona e diz não conhecer acusação contra ele
Ele é suspeito de participar em suposta fraude no pagamento de royalties.
Victor Martins pediu que CPI faça 'justiça' em relação a ele.
O diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Victor Martins se emocionou nesta terça-feira (18) na CPI da Petrobras ao falar das acusações contra ele. Irmão do ministro Franklin Martins (Comunicação Social), ele é acusado de envolvimento em supostas fraudes no pagamento de royalties. Ele já havia sido defendido pelo diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, em depoimento na CPI nesta terça-feira.
Martins destacou não saber quais são as acusações reais contra ele, uma vez que a Polícia Federal abriu um inquérito justamente para apurar o suposto vazamento destas informações. Ele destacou que desde que entrou na ANP, em maio de 2005, não tem participado da gestão da empresa Análise Consultoria e Desenvolvimento, que intermediou o pagamento de royalties a alguns municípios.
Com a voz embargada, o diretor da ANP reclamou de ser colocado como suspeito. “Eu não sei o que resta contra mim de acusação. Sei que tenho que me defender. Imaginem como é duro andar na rua e ser apontado no supermercado, na padaria, na igreja, no avião, na escola. Com base em que? Em uma operação que não existe? Em um inquérito falso, apócrifo, investigado pelo Ministério Público? Meu nome foi para a lama. Peço que investiguem tudo, mas façam justiça”.
O diretor disse ter a consciência tranqüila em relação a suas decisões na ANP e que não há questionamento sobre decisões tomadas por ele no órgão. Ele questionou também os valores divulgados pela imprensa. Segundo a acusação, a suspeita é de que a empresa Análise poderia receber R$ 260 milhões pela consultoria dada aos municípios.
Victor Martins destacou que o montante total dos royalties era de R$ 1,3 bilhões e que as prefeituras receberiam somente 10% disso. Ele questionou como um município que receberia R$ 130 milhões pagaria o dobro para a empresa. “A denúncia não respeita a matemática”.
