Olhar Direto

Segunda-feira, 17 de junho de 2024

Notícias | Rio+20

Rio +20

Negociação estende noite adentro e Brasil começa a tentar "desatar nós"

15 Jun 2012 - 22:15

Do Rio de Janeiro - Renê Dióz, enviado especial

Foto: Reprodução

Negociação estende noite adentro e Brasil começa a tentar
O Brasil começa amanhã a realizar consultas informais aos diplomatas negociadores dos países envolvidos na Rio+20 para “desatar os nós” e finalmente costurar um acordo com condições de ser aceito pela maioria dos chefes de Estado na reunião do Alto Segmento na próxima semana, no Rio de Janeiro.


O anúncio foi feito no fim da tarde desta sexta-feira (15) pelo embaixador Luis Alberto Figueiredo Machado, negociador em nome do governo brasileiro na Rio+20, e se deve à falta de um documento finalizado após os três dias de debates na conferência. Os trabalhos devem se estender noite adentro neste último dia de prazo para os comitês preparatórios, mas sem perspectiva de gerar um documento pronto para ser aceito ou recusado pelos líderes no Alto Segmento.

Sede da conferência das Nações Unidas, caberá agora ao Brasil tomar a frente das negociações diante da falta de convergência em torno do texto do acordo. Inicia-se, na prática, uma nova fase de negociações no Rio+20, cujo objetivo maior é costurar um acordo global em prol do desenvolvimento sustentável.

Segundo Figueiredo, o Brasil ficará encarregado de coordenar grupos de trabalho com os temas que ainda não obtiveram o devido consenso em sua formulação, como os referentes a financiamentos e concessão de tecnologia. Além disso, ele se utilizará da autonomia do Brasil como país-presidente da conferência para buscar junto aos diplomatas envolvidos sanar os pontos contenciosos.

Na manhã desta sexta-feira (15) o chefe do secretariado da Rio+20 nas Nações Unidas (ONU), Nilchil Seth, já havia anunciado que os negociadores conseguiram concordância em apenas 28% do texto do a ser apreciado pelos chefes de Estado das mais de 190 nações esperadas.

Figueiredo assegurou que o Brasil fará o possível para que haja um documento pronto até o dia 19, quando começam a chegar ao Rio os líderes responsáveis por homologar ou não o acordo buscado pela conferência, com metas e estratégias da comunidade internacional pela implementação da economia verde em nível global.

“Na prática, vamos impor uma dinâmica diferente agora. Não vai ser mais hora de propor texto novo, mudar verbos. Agora é hora de fechar o texto. Não temos intenção de levar temas abertos aos chefes de Estado”, avisou o embaixador.

O texto do acordo da Rio+20 tem atualmente cerca de 80 páginas. A falta de consenso entre países desenvolvidos e emergentes têm gerado uma série de lacunas no documento, especialmente no que diz respeito ao financiamento e concessão de tecnologia dos primeiros para os segundos – com objetivo de possibilitar o emprego de energia verde, por exemplo, pela maioria possível dos componentes da comunidade internacional.

Os países desenvolvidos, afetados por crise econômico-financeira, estão retraídos em relação à idéia de conceder tecnologia aos emergentes e dispor recursos para um fundo mundial comum para investimentos em desenvolvimento sustentável.

Todavia, o embaixador fez questão de “amenizar” a situação de crise, informando ser natural, em acordos deste tipo no âmbito das Nações Unidas, a definição de políticas financeiras somente no final. Ele voltou a rechaçar também a possibilidade de o Brasil, como líder do bloco emergente, impor um texto novo na última hora que sujeite os desenvolvidos a “abrir a mão”.


Atualizada
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet