O senador e ex-presidente do Brasil Fernando Collor de Mello deu as caras nesta sexta-feira (15) na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e usou a palavra para lamentar a falta de avanços desde a Eco-92 (evento predecessor da atual conferência) nas políticas internacionais pela preservação ambiental e pelo desenvolvimento sustentável.

“Não podemos comparar a Rio +20 com a Eco-92. O mundo mudou e não acredito que tenha mudado para melhor, lamentavelmente”, declarou Collor, primeiro presidente deposto por impeachment no país.

Ao lado do Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, Collor discursou durante cerimônia de comemoração dos 20 anos da Eco-92, realizada também no Rio de Janeiro na época em que ele ocupava o cargo de chefe do poder Executivo Nacional.

Para Collor, o mundo pouco avançou desde 1992 pois os compromissos assumidos pelos governos em prol da preservação dos recursos naturais foram deixados de lado, apesar de pontuais manifestações positivas.

Ele reconheceu, porém, que a Eco-92 determinou uma agenda até então bastante ambiciosa num contexto mundial em que sequer se falava em desenvolvimento sustentável. Por outro lado, defendeu que o espírito da Rio +20 seja de manter o alto nível de exigência quanto ao acordo a ser firmado no final pelos países reunidos na reunião de Alto Segmento, marcada para o fim da semana que vem.

“Não podemos retroceder. Rever aquelas decisões seria uma contribuição ao cataclisma que se prenuncia”, sustentou o ex-presidente.



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