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Moradia em contêiner e uso da bicicleta, Rio+20 expõe inovações

17 Jun 2012 - 18:05

Do Rio de Janeiro - Renê Dióz, enviado especial

Foto: Renê Dióz/OD

Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, foi um dos espaços para exposição de inovações verdes

Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, foi um dos espaços para exposição de inovações verdes

Enquanto diplomatas se reúnem quase 24 horas por dia num esforço em busca de um acordo mundial pela economia verde, a Rio+20 está repleta de inovações tecnológicas que prometem colocar já em prática idéias com potencial de deixar o cotidiano da população cada vez mais sustentável. Da simples produção de um tijolo à mudança de lógica no ato de pedalar uma bicicleta.


Leia a cobertura completa da Rio+20

Tanto no centro de convenções Riocentro, onde ocorrem as negociações da Rio+20, quanto nos espaços destinados a eventos paralelos da conferência (como a Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo), espalham-se stands e exposições de empresas e organizações não-governamentais oferecendo soluções. O Olhar Direto esteve por lá e conferiu algumas delas.

EcoBike

Não é novidade que a bicicleta é considerada o meio de transporte mais “verde” do planeta, mas, durante a Cúpula dos Povos, o público pôde conferir uma proposta totalmente diferente para o uso da magrela: gerar energia.

Desenvolvido pela organização Ecogreens, o sistema já havia sido apresentada em eventos do Greenpeace e nos festivais SWU e Rock In Rio. Basicamente, uma série de bicicletas é disposta junto a dispositivos responsáveis por transformar a energia mecânica de quem pedala em energia elétrica. Na outra ponta, podem ser plugados diversos aparelhos eletrônicos, como câmeras, tablets, celulares, notebooks, e outros.

Rodrigo de Santos Coutinho, da Ecogreens, explica que a energia gerada pode ser de até 250 watts/hora, suficiente para acender de cinco a seis lâmpadas ou até um televisor de LED 46 polegadas. Por enquanto, a bicicleta tem sido usada em eventos com grande demanda de energia. Ela pode manter em funcionamento sistemas de som e projetores – basta haver gente pedalando – e, de quebra, perdendo uns quilos. A idéia venceu em três categorias na etapa regional de São Paulo da Ampro Globes Awards, maior premiação de marketing promocional do mundo.

Tijolo ecológico

Alguns de nossos vizinhos sul-mato-grossenses prometem transformar o lixo na mais nova matéria-prima para a construção. Numa das tendas do Sebrae na Cúpula dos Povos, a empresa Ecomáquinas, de Campo Grande, expõe um processo capaz de aproveitar até mesmo detritos orgânicos para a fabricação de tijolos, blocos e pisos ecológicos.

Todo o material necessário se encontra nos aterros sanitários. Diretor-presidente da Ecomáquinas, Lucrécio Festa explica que, em primeiro lugar, recolhe-se uma grande quantidade de lixo do aterro para iniciar o processo. Os materiais recicláveis são separados e o restante passa por uma higienização antes de ser triturado e virar uma “areia” escura, a qual depois recebe um aditivo químico para se desbacterizar e poder ser compactada, com cimento e solo numa máquina, nas mais diversas formas de tijolo, blocos ou pisos possíveis, podendo ser usado também para construção modular.

O resultado é um produto duas vezes mais resistente que o tijolo cerâmico, sem odores, limpo, com pH e outras características de acordo com as normas da Anvisa, do Inmetro e da ABNT. A empresa detentora de 60% da patente já exporta as máquinas responsáveis pelo processo e busca apoio governamental para fomentar a transformação do lixo nos aterros.

Casa Container

Ainda no ramo da arquitetura e da engenharia, há campo para aplicação de alternativas sustentáveis. Uma delas é a Casa Container, idéia da empresa Planeta Container, inspirada em construções européias que já se utilizavam da estrutura metálica – geralmente utilizada para transporte de grandes cargas - para moradia. Diretora financeira da empresa, Michele Abeid explica que já trabalhava com construção em alvenaria quando tomou contato com a idéia dos containeres na Europa. Porém, achou tudo muito quadrado, sem preocupação estética. Foi quando surgiu a motivação de aprimorar o conceito. “A gente quis mostrar que há como deixá-lo mais aconchegante, com cara de casa”, resume.

A casa em forma de container proposta pela empresa tem todas as características de uma residência comum, mas com radicais diferenças no que diz respeito aos impactos ambientais gerados em sua construção. Pelo seu formato, o container é flexível e permite com mais facilidade a implantação de estruturas para captação de água da chuva, acomoda bem telhados verdes (gramados sobre a casa), teto solar e até moinho para energia eólica.

Além disso, por se tratar de uma grande “caixa”, uma casa container de 60 metros quadrados pode ser instalada em cerca de um mês. O equivalente na alvenaria demoraria de seis a oito meses, utilizaria muito mais força de trabalho e geraria resíduos sem comparação – uma vez que o container não precisa de fundação (o que também lhe proporciona a característica de ser removível).

O ponto alto da idéia da casa container foi durante a visita do príncipe Harry ao Rio de Janeiro. Convidada pela embaixada britânica, a empresa construiu a sede de uma organização não-governamental no Complexo do Alemão utilizando oito containeres, obra inaugurada pelo próprio príncipe.
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