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Desmatamento zero é utopia e país não está preparado para discuti-lo, critica presidente da Aprosoja Brasil

27 Jun 2012 - 15:00

Da Editoria - Marcos Coutinho / Da Redação - Renê Dióz

Foto: Flickr/Aprosoja-MT

Desmatamento zero é utopia e país não está preparado para discuti-lo, critica presidente da Aprosoja Brasil
A imposição do desmatamento zero no Brasil, almejada por tantos segmentos do ativismo ambientalista e reforçada durante a Rio+20, consiste numa verdadeira utopia, com desdobramentos econômicos para os quais o Brasil simplesmente não está preparado.


A visão é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, que participou da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade no Rio de Janeiro e falou com exclusividade ao Olhar Direto.

O argumento do produtor é de que o apelativo discurso ambientalista ignora os efeitos práticos e macroeconômicos de um eventual decreto do desmatamento zero no Brasil.

“É bonito pra todo mundo, todo mundo apóia o desmatamento zero e quer as florestas de volta. Mas e se não tiver essa maçã aqui pra comer? Ou se essa maçã custar o dobro do preço, você apóia? Por adesão, todo mundo adere. Afinal, quem não gosta do meio ambiente? Todo mundo gosta do meio ambiente. Agora, quando você fala que isso vai custar a mais, aí ninguém gosta”, resumiu Silveira.

Basicamente, a explicação do presidente da Aprosoja é que o primeiro resultado negativo do decreto do desmatamento zero no país seria uma inestimável majoração nos preços dos alimentos e supervalorização das propriedades rurais já abertas (que já desmataram grande parte de suas terras e, por isso, teriam maior potencial de produção – como no Sul do Estado e no Sul do país).

“Isso é a melhor coisa do mundo para quem já tem a fazenda aberta. Se perguntar pra mim ou pra qualquer produtor que tenha a fazenda já aberta, é ótimo. Se tiver desmatamento zero, a minha propriedade, que hoje está valendo em torno de R$ 10 mil por hectare, simplesmente por uma lei, passa a valer R$ 20 mil ou R$ 30 mil por hectare”, prevê o produtor.

Economia

E os impactos pouco esclarecidos atualmente à população também dizem respeito à condição do país como exportador de produtos agrícolas, sobretudo a soja, comprometendo o próprio desenvolvimento nacional e, conseqüentemente, a conquistada qualidade de vida da população.

Nesse cenário, o custo da produção brasileira se elevaria sobremaneira, de modo que os países produtores concorrentes passariam a se mostrar mais interessantes aos investimentos estrangeiros.

“A partir do momento em que o Brasil decreta desmatamento zero, a saca que está valendo US$ 13, US$ 14, passa a valer US$ 20, não se sabe. O Brasil, que tem um grande potencial de alimentos, vai abrir mão de desenvolvimento, vai abrir mãos dos investimentos e esses investimentos chineses vão para a África. Vão dar um jeito de produzir na África. Claro que vai ser uma produção muito mais cara, mas o Brasil está disposto a isso?”, questiona o produtor.



Atualizada
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