O articulista Auro Ida fez uma breve análise sobre a disputa eleitoral pelo comando do Palácio Paiaguás entre o governador Silval Barbosa (PMDB), Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes (PSB). Segundo ele, o cenário está equilibrado e o empresário Mauro Mendes (PSB), que encabeça a coligação Mato Grosso Melhor pra Você, apresenta certa vantagem por já estar executar o chamado “trabalho formiguinha”, enquanto os adversários ainda organizam as equipes de campanha. Para o jornalista “o vitorioso será aquele que cometer menos erros e adotar uma estratégia diferente, de acordo com a revolução da informação capitaneada pela internet”.
Mexendo as peças
A política é como um jogo de xadrez: ganha aquele que comete menos erros. É impossível, num processo eleitoral, não se cometer equívocos, às vezes, absurdos e deslizes. Nesse início de campanha, aqui em Mato Grosso, quem está mexendo as peças com mais consistência e competência é o candidato do PSB ao governo do Estado, Mauro Mendes. Terceiro nas pesquisas de opinião, ele está trabalhando para, até o início da propaganda eleitoral no rádio e televisão, dar uma "bombada" nos seus índices e tentar, assim, chegar à liderança na corrida pelo Palácio Paiaguas até o dia 03 de outubro próximo.
Superando a crise interna da aliança, que quase o levou a desistir da disputa, Mauro Mendes conseguiu unir todas as lideranças em torno do seu nome, escolhendo os coordenadores de forma pragmática e de acordo com a densidade de cada um dos membros. O mesmo não ocorreu com os seus adversários. Talvez, pelo fato de terem construido coligações maiores, os candidatos do PMDB, Silval Barbosa, e do PSDB, Wilson Santos, tiveram dificuldades para definir suas equipes, nas quais ainda hoje impera a disputa interna e o descontentamento.
O peemedebista e o tucano correm contra o tempo para ajustarem suas equipes para iniciarem, de fato, suas campanhas. Até o momento, apenas alguns proporcionais conseguiram colocar suas campanhas nas ruas, ainda que timidamente, com exceção do deputado Sérgio Ricardo (PR), primeiro secretário e ex-presidente da Assembléia Legislativa. Melhor estruturado que todos os demais candidatos, inclusive, os majoritários, ele monopoliza, nesse inicio do processo eleitoral, em Cuiabá e Várzea Grande, a atenção do eleitorado.
Nos bairros, nas ruas, em quase toda a localidade das duas cidades, você encontra alguma referência: ou carro adesivado ou cartaz do candidato. "Pole Position" na deflagração da campanha, Sérgio Ricardo trava uma disputa surda com o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), para saber quem será o mais votado a deputado estadual. Os dois contabilizam mais de 100 mil votos, a conferir no dia 03 de outubro próximo.
A disputa pelo Palácio Paiaguás tende a ficar mais equilibrada com a largada fraca de Silval Barbosa e Wilson Santos. Parodiando o meu amigo Ronaldo Pacheco, o Mauro Mendes, por sua vez, está queimando "gasolina azul", fazendo um trabalho "formiguinha", visitando casa a casa das lideranças de Cuiabá e Várzea Grande. Com isso, a tendência é as eleições começaram, no horário gratutito, meio embolada, com os três candidatos em igualdade de condições.
A partir do rádio e televisão, vai ganhar as eleições, como já disse, quem cometer menos erros. Com a evolução dos meios de comunicação e da técnica, o marketing político ( revolucionado pelo publicitário Duda Mendonça) é sempre quase a mesmice. Tudo certinho, tudo bonitinho, vendendo o seu produto (candidato) como a panacéia para os problemas do Estado. Por isso, repito, o vitorioso será aquele que cometer menos erros e adotar uma estratégia diferente, de acordo com a revolução da informação capitaneada pela Internet. Um produto dessa nova época é o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Não temos, é verdade, como fazer uma compração, mas serve como referência.
O que se vê hoje, no entanto, é ainda a política do final do século XX, onde se investe muito em cabos eleitorais e o voto acaba virando um produto de mercado. O que quero dizer é que, indepedente de pesquisa, as eleições em Mato Grosso serão equilibradas e concordo, como a opinião da maioria da classe política, que poderemos ter, pela primeira vez, o segundo turno na sucessão estadual. Mas, depedendo de acertos e erros, não se pode descartar a possibilidade de um dos três vencer no primeiro turno.