No artigo desta quarta-feira (4), o jornalista Auro Ida escreve sobre a crise da liderança tucana diante da situação do candidato a governador de Mato Grosso, Wilson Santos (PSDB), que teve as contas de campanha reprovadas. A situação de Santos é delicada, mas ele pode ser, sim, candidato à disputa do Palácio Paiaguás.
Plano B
A luz amarela acendeu no "bunker" do PSDB de Mato Grosso com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomada na noite de ontem, de que, para efeito de elegibilidade, não basta apenas a apresentação, mas a aprovação das contas de campanha.
As lideranças tucanas reuniram até essa madrugada para analisar a situação do candidato ao governo do Estado, Wilson Santos, que teve as contas da campanha de 2008 rejeitadas, diante desse novo quadro. Ele poderá ter o seu registro indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O clima de otimismo no ninho tucano deu lugar ao pessimismo e já se fala, ainda que de forma tímida, a necessidade de se ter um plano B para uma eventual substituição do galinho.
O ex-senador Antero Paes de Barros, candidato ao Senado, é o nome preferido da cúpula tucana, que não aceita falar em nenhum nome do DEM, seu principal aliado no Estado. Logo após participar do programa Resumo do Dia, apresentado por Roberto França, Anterinho, como é chamado, avisou que não aceita ir, mais uma vez, para o sacrifício e que não abre mão do seu projeto de tentar retornar ao Senado da República.
A outra opção seria a deputada federal Thelma de Oliveira, que tem como principal argumento o fato de ter sido esposa do ex-governador Dante de Oliveira, falecido em 2006.
A princí¬pio, a parlamentar não deseja entrar na disputa pelo comando do Palácio Paiaguás, mas alguns tucanos acreditam que é possí¬vel convencê-la a mudar de idéia, caso venha mesmo se confirmar a negativa do registro de WS pelo TRE. Mesmo que o seu pedido seja aceito, certamente, haverá recursos ao TSE e lá a situação, devido à decisão de ontem, será muito difícil de conseguir êxito. Pelo sim, pelo não, os tucanos querem ter em mãos um Plano B para evitar, assim, ter que ceder a vaga para o DEM.
Os demos, por sua vez, estão quietos esperando a oportunidade para colocar o nome do candidato a vice, deputado Dilceu Dal Bosco. O parlamentar é o nome mais cotado, já que o senador Jaime Campos, principal liderança do DEM, foge de uma possí¬vel candidatura como o "diabo foge da cruz".
Dal Bosco acredita ser um predestinado a comandar Mato Grosso, já que teria sonhado ocupando a cadeira número um do Palácio Paiaguás. É importante deixar claro que o Plano B, que começa a ser construí¬do pelo PSDB, baseia-se nas últimas decisões da justiça eleitoral, que sinalizam que dificilmente o candidato tucano terá o pedido de registro deferido.
Mas, como gosta de repetir o ex-governador Júlio Campos, "bunda de neném, barriga de mulher e cabeça de juiz ninguém sabe o que vem". Hoje, no entanto, através de ultrasonografia é possí¬vel saber o sexo da criança e, até dias atrás, um aparelho inconfiável para antecipar as decisões dos juízes eleitorais estava sendo usado no Estado, mas que foi, felizmente, "desmantelado" pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
