A prefeita de Ponte Branca (491 km de Cuiabá), Jaqueline Soares Pires (PSB), está em Cuiabá preparando a sua defesa com documentos sobre um pedido de improbidade administrativa ingressado pelo Ministério Público Estadual (MPE), na sexta-feira (15), que pede o afastamento da prefeita e a suspensão de pagamentos do município a um posto de gasolina da cidade.

A polêmica é com relação ao contrato de 720 mil reais de abastecimento da prefeitura de Ponte Branca, firmado com um posto de gasolina, que coincidentemente pertence à família da prefeita.

Jaqueline explicou que realmente o posto pertence à sua família há mais de 30 anos e até 60 dias atrás era o único posto de gasolina da cidade e não teria como licitar para comprar combustível em outra cidade, pois ficaria mais caro para a prefeitura de Ponte Branca.

A socialista informou que está reunida com sua advogada Débora na capital do estado preparando a documentação que será apresentada à população e ao Poder Judiciário. “Vamos entrar com nossa defesa em Alto Araguaia e aqui em Cuiabá”, frisou Jaqueline.

De acordo com o promotor Marcelo Lucindo Araújo foi apurado durante inquérito civil que o referido estabelecimento comercial pertence a familiares da prefeita da cidade. Além disso, a contratação foi efetuada sem a realização de licitação sob a justificativa de inexigibilidade, já que não existe outro posto de combustível nos limites da cidade.

O promotor de Justiça destacou ainda que os valores do contrato chamaram a atenção. Além de pagar R$ 12 mil por 80 litros de óleo lubrificante e gastar 168,5 litros de gasolina em único dia, apenas os veículos movidos à gasolina do município foram responsáveis por trafegarem a marca de quase dois mil quilômetros por dia.

A prefeita explica que há distorções nos números apresentados e alguns erros contábeis que serão posteriormente esclarecidos na sua defesa no Judiciário.