A aprovação da Lei do Ficha Limpa, embora ainda sem uma decisão definitiva sobre a sua validade para esse pleito, somada a eleição de nomes como os dos deputados federais Tiririca e Romário, ascenderam ainda mais o debate sobre a urgência da aprovação de uma verdadeira reforma política. O assunto inclusive foi discutido no programa Palavra Aberta, exibido pela TV Câmara, no dia 22 de outubro. O entrevistado foi o deputado federal Wellington Fagundes que defendeu a reforma como primeiro ponto na pauta de debates do Congresso Nacional para o próximo ano.

Durante a entrevista, o parlamentar lembrou da reforma eleitoral aprovada nessa Legislatura e a classificou como um ensaio de uma reforma política. Questionado sobre os pontos que poderiam ser priorizados nas discussões de um projeto factível, Wellington destacou a fidelidade partidária e o financiamento público de campanha. “Como você pode falar hoje em fidelidade partidária, se você elege através da coligação. Outro tema que deve ser discutido é o financiamento de campanha. Hoje, por exemplo, você contrata tantos quantos cabos eleitorais você quiser à véspera da eleição. Isso é a compra do voto dissimulada e legalizada”, apontou.

O parlamentar também falou sobre a nova composição política da Câmara dos Deputados, que saiu das urnas com cerca de 45% de renovação. Ele advertiu que enquanto o STF não decidir a validade do Ficha Limpa muita coisa pode mudar. E até o PT que atualmente é o partido com maior número de deputados eleitos, 88 no total, pode ser superado pelo PMDB, com atuais 79. Mas assegurou que independente das mudanças, a candidata Dilma Rousseff, se eleita, terá mais governabilidade que José Serra. “A Dilma terá mais facilidade para conseguir maioria simples, fazer reforma, porque temos uma base de parlamentares eleitos muito maior. São 311, contra 136 da oposição”, ponderou.