O ex-deputado federal e radialista, Lino Rossi, revelou, no velório do jornalista Clóvis Roberto nesta quinta-feira (4), ter se sentido magoado com o colega na época em que seu nome esteve envolvido no escândalo da Máfia das Sanguessugas e Clóvis cobrava duramente na TV o desfecho do caso e a punição dos culpados.

“Clóvis partiu do meu suposto envolvimento e me criticou por isso. Éramos amigos há 15 anos, mas ele deixou a amizade de lado e foi para cima e cobrou duramente. Fiquei muito triste, em princípio, mas isso foi superado e não fiquei mais com raiva dele”, relatou Lino, em entrevista ao Olhar Direto.

Para ele, o jornalista só conseguiu viver pela “paixão” que tinha pela profissão. “Isso que movia Clóvis”, acrescentou ao tecer “rasgados” elogios ao colega, como, por exemplo, sobre a sede de conhecimento do comunicador, que segundo ele, exarava cultura e conhecimento.

Ameaças

Apesar das ameaças recebidas constantemente, Lino lembra que Clóvis era destemido. Saía sozinho às ruas, sem segurança, ia ao mercado. “Ele (Clóvis) já teve a casa metralhada”, recordou, pontuando que o jornalista nunca se “vangloriou” dessas inimizades devido ao duro enfrentamento à criminalidade que fazia constantemente.

Clóvis Roberto faleceu vítima de um câncer de pulmão. Ele havia ficado afastado do trabalho por nove meses devido ao tratamento de saúde e, em maio deste ano, retornou à televisão. Em setembro o estado se agravou e teve de se distanciar novamente, até que veio a morrer após ter ficado internado na UTI do Hospital São Mateus.