O senador eleito José Pedro Taques (PDT), que toma posse no dia 1º de fevereiro de 2011, convidou o promotor de Justiça Mauro Zaque para ser seu assessor no Senado da República. O membro do Ministério Público Estadual (MPE) ficou de analisar a proposta e, no inicio do próximo ano, definirá se aceita ou não mudar para Brasília. Mas há quem diga que ele está de malas prontas para embarcar para a capital federal.
A opção de Taques por Zaque se deve ao fato de ele ter uma atuação semelhante a sua quando era procurador da República. O senador eleito, junto com o MPE, foi o responsável pela prisão de João Arcanjo, considerado o chefe do crime organizado em Mato Grosso.
Com a notabilidade ganhada com o caso, Pedro Taques conseguiu, nas eleições de 3 de outubro passado, se eleger senador pelo Estado. Ele optou em montar o seu gabinete no Senado sem ingerência política, escolhendo apenas técnicos para
compô-lo.
Praticamente, nenhum integrante do seu partido, o PDT, foi convidado para auxiliá-lo. O que chama atenção no convite a Mauro Zaque é o fato de que ele, junto com outros promotores, terem sido denunciado, durante a campanha, de usar as dependências do MPE para fazer trabalho pró Pedro Taques.
O juiz César Bersi mandou arquivar a denúncia, alegando que não estava caracterizado o uso da máquina do MPE, embora o processo tivesse inúmeros e-mails pedindo votos e recursos.
Num caso similar, sem tantas provas, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou a busca e apreensão de computadores da Secretaria Estadual de Educação. O argumento era de que os equipamentos do órgão estavam sendo usados para a campanha de Ságuas Moraes e Carlos Abicalil, este último adversário de Pedro Taques.
A Justiça Eleitoral, nestes casos, usou de "dois pesos e duas medidas". Para um leigo como eu, dá a imprensão de forma deliberada teria se beneficiado Pedro Taques, o que não acredito. Agora, que o juiz César Bearsi deveria ter determinado a busca e apreensão dos computadores dos promotores, isso tinha que ter sido feito em nome da lisura do processo eleitoral.
Infelizmente, como era Pedro Taques e os promotores, os paladinos da moralidade, deduziu-se que não haviam cometidos nenhuma imoralidade do ponto de vista eleitoral. Pode até ser. Para que não pairasse a dúvida, uma checagem minunciosa dos equipamentos era importante. Diante desses fatos, há quem aposte que Mauro Zaque vai recusar o convite para assessorar, digamos, o seu ídolo. Será?