Ninguém tem dúvida - pelo menos, no meio político - de que o governador Silval Barbosa (PMDB) irá promover uma reforma do secretariado ainda neste ano. Mas as mudanças devem acontecer antes do previsto. O secretário de Planejamento, José Botelho do Prado, já manifestou o desejo de deixar o "staff".

O seu pedido de demissão, feito verbalmente, não foi levado em consideração. Ele vem insistindo junto ao secretário chefe da Casa Civil, Éder Moraes, o seu interesse de deixar o governo, principalmente em razão das divergências que mantém com o secretário de Fazenda, Edmilson Santos. "A situação é ruim para o governo", alertou.

Os dois não estão falando a mesma língua e o clima, durante as reuniões da equipe econômica, é pesado em consequência do fato. No frigir dos ovos, com os titulares da Seplan e da Sefaz não falando a mesma língua, quem acaba sendo prejudicado é a administração Silval Barbosa, por tabela o Estado.

Considerado um técnico competente, Botelho pondera ainda que, como aposentado, pretende descansar e que não tem mais a vontade de antigamente em continuar trabalhando, dedicando-se integralmente ao serviço. Ele pretende "curtir" a vida ao lado da sua esposa Guaraci do Prado, que também exerceu cargos importantes na estrutura do governo do Estado.

A saída de Botelho deve ser concretizada até meados deste ano, senão antes. No final do ano passado, antes da posse do segundo mandato, ele informou a Silval Barbosa que não tinha interesse em permanecer no comando da Seplan. Mesmo assim, num gesto surpreendente, o governador decidiu mantê-lo no cargo.

No seu lugar, deverá ser indicado o atual secretário de Transportes e Pavimentação Urbana, Arnaldo Alves Souza, que não se sente a vontade na atual pasta. Em 1987, quando assumiu o governo do Estado, o hoje deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), também formou um secretariado de transição. Depois de seis meses, mexeu em quase toda a equipe.

A tendência é de Silval Barbosa fazer o mesmo. Talvez, seja o estigma peemedebista. Ou melhor, tática peemedebista.