Um acordo de bastidores, firmado em dezembro e confirmado neste semana, poderá garantir ao Democratas (DEM) uma vaga na nova mesa diretora do Senado Federal, provavelmente a segunda vice-presidência, cargo ocupado hoje pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), ou a segunda secretaria. E caso o acordo seja confirmado, o senador Jaime Campos (DEM-MT) é o mais cotado para assumir a vaga, segundo informaram fontes da cúpula democrata, em Brasília, ao Olhar Direto.

"O DEM, como é de praxe, por ser uma das forças políticas de maior expressão no Senado, tem sempre uma vaga assegurada na mesa, pela proporcionalidade. E nossa indicação deve ser o nome do senador Jaime Campos", informou um dos cardeais da direção nacional do Democratas. 

Para o Olhar, por telefone, Campos confirmou o acordo e ressaltou que o DEM vai ter, de fato, uma vaga na nova composição da mesa, mas ressaltou que ele "é um dos nomes". Contudo, a ser informado pela reportagem que é o preferido, Campos afirmou que "se sente honrado" por ser escolhido.

"Fico sinceramente grato e honrado pela indicação e estarei na próxima quarta-feira em Brasília para tomar conhecimento oficial dessa situação, mas estamos conversando desde o mês de dezembro sobre essa possibilidade e temos que articular para que o DEM garanta a sua representantividade não só na mesa, mas também nas comissões", salientou Campos. 

Passando férias no litoral paulista, o congressista mato-grossense confidenciou ainda que "seu nome era cogitado desde a composição da mesa anterior, mas ele abriu mão de ser indicado para o cargo de primeiro secretário para a seu colega de partido Heráclito Fortes". "Ele (Fortes) era candidato à reeleição e cedi a vaga, porque a primeira secretaria dá muita exposição", justificou.

PT x PMDB
A reeleição do senador José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado está praticamente sacramentada, mas a batalha no PT para a definição do candidato a vice-presidente da Casa deve ser grande.

O PT também está de olho nas comissões de Assuntos Econômicos, a mais importante da Casa, Constituição e Justiça e Infraestrutura. A escolha depende do que o PMDB, maior bancada do Senado, tiver como prioridade.

Os dois partidos ainda terão que fazer as contas para atender os partidos que estiverem nos blocos comandados por eles. O PT busca um acordo com PR (4 senadores), PDT (4), PSB (3), PCdoB (2) e PRB (1). Juntos, eles formariam um bloco de 29 parlamentares.

Mais da metade dos senadores eleitos pelo PT em 2010 vai cumprir seu primeiro mandato na Casa e já buscam posições de destaque na Casa para ganhar visibilidade política, o que deve gerar uma pressão maior na divisão dos cargos entre os aliados do bloco.

O PMDB negociar formar um bloco com PTB (6), PP (5), PMN (1) e PSC (1), que uniriam uma bancada de 32 parlamentares. Contudo, a oposição não deve ficar inerte. DEM, PSDB e PPS podem formar um bloco de 16 senadores e conseguir espaço na mesa diretora e comandar comissões permanentes.

Mais informações em instantes/Segunda atualização às 13h39