A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá acolheu o pedido de retorno do ex-vereador Ralf Leite (PRTB), cujo mandato foi cassado em 2009 por quebra de decoro parlamentar, apesar da contrariedade de alguns vereadores. A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Casa de Leis tem 21 dias para emitir relatório sobre o processo, que, em seguida, será apreciado em plenário.

Os vereadores Everton Pop (PP), presidente da Comissão de Ética do Legislativo, que decidiu pela perda do mandato de Ralf, e Toninho de Souza (PDT) foram os mais incisivos nas críticas contra eventual recondução do ex-colega ao cargo e cogitaram, inclusive, a abertura de “brecha” para que o ex-vereador Lutero Ponce (PMDB), também cassado, volte. Lutero perdeu a vaga por acusação de desvio de mais de R$ 6 milhões dos cofres da instituição.

“Isso seria um passo para que Lutero peça para voltar. É uma pena que tenhamos que ficar discutindo esse caso (de Ralf Leite), enquanto há tantos outros assuntos para ser discutidos”, lamentou Pop.

Para Toninho de Souza, é preciso encerrar essa história e considera o retorno do parlamentar um retrocesso. “Temos que colocar um ponto nisso. Se discutir a volta de Ralf Leite, temos de discutir a situação do Lutero também e voltar ao passado, enquanto devemos pensar no presente.

O processo foi instaurado pela Comissão de Ética depois de o então vereador ter sido flagrado praticando atos libidinosos com um travesti menor de idade, na região do Zero Quilômetro, de Várzea Grande. Se a Casa de Leis se manifestar favorável ao pedido de Ralf, o suplente do PRTB Totó César vai ter de deixar a cadeira.