Os vereadores de Sorriso e a dona da TV Record do município conseguiram a liberdade na tarde desta terça-feira (21). O habeas corpus foi concedido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Manoel Ornellas. Os parlamentares são acusados de cobrarem propina do prefeito Chico Bedin (PMDB) em troca de favores na Câmara Municipal.

Em entrevista ao Olhar Direto, o advogado Ulisses Rabaneda, que defende o vereador e apresentador Francisco Chagas Abrantes e a empresária Filomena Abrantes, explicou que o magistrado considerou a juíza Nilza Maria de Carvalho, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, incompetente para decretar a prisão preventiva dos parlamentares detidos na sexta-feira (17) durante a Operação Decoro.

Chagas é apontado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) como líder da quadrilha e usava os vereadores Gerson Luiz Frâncio e Roseane Marques de Amorim como “capangas” para fazer as negociações com aliados do chefe do Executivo. Já Filomena teria procurado o prefeito para assinar um contrato de fidelização para garantir que a emissora transmita apenas reportagens positivas sobre a administração municipal.

O promotor de Justiça Sérgio da Silva Costa alegou que o pedido de prisão foi feito porque os acusados teriam ameaçado o secretário de Indústria e Comércio, Santinho Augusto Salermo e procurador do Município Zilton Mariano de Almeida, autores da denúncia contra os parlamentares de Sorriso. Inclusive, teriam procurado “pistoleiros” para matá-los.