No Senado, a Medida Provisória 527/2011 que prevê o Regime Diferenciado de Licitações (RDC) enfrentará divergência de opiniões de representantes da bancada federal mato-grossense. Mas se depender da força da oposição, a proposta não passará no Senado. Principal líder do DEM de Mato Grosso, senador Jayme Campos disse em tom de alerta, que é totalmente contra a proposta, já validada pela Câmara Federal. “Não vamos permitir a libertinagem. O governo está tentando permitir a facilitação de desvio do dinheiro público”.

Em contrapartida, o senador Blairo Maggi (PR) analisa com bons olhos a possibilidade de dar agilidade às obras relativas à Copa de 2014. Maggi poderá afunilar discurso com Jayme sobre o item que trata do sigilo de dados. Nesse sentido, demonstra posição em favor da transparência dos atos. O senador democrata foi mais além ao alertar que reunião da bancada do partido, nos próximos dias, definirá tática que visa levar por terra a MP no Congresso. Sem travas nas palavras, o parlamentar alfineta os autores da MP ao destacar que o instrumento surge não como alternativa para dar andamento às obras do Mundial e das Olimpíadas de 2016, mas como mecanismo que poderá abrir brechas gigantescas para a corrupção.

Irritado com o teor da matéria, Jayme disse que as articulações no Senado apontam para “enormes dificuldades” para a MP ser aprovada. O parlamentar democrata ressaltou ainda que é preciso ter compromisso com a sociedade, numa referência sobre o papel do parlamentar de defender interesses da sociedade. Num discurso contundente, questionou a intenção de alguns representantes do Congresso apoiarem mudança sobre a lei das licitações, Lei 8.666, de 1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras. “Já sabiam do Mundial e só agora decidem fazer mudanças sobre as licitações?”, indagou.