O advogado do ex-soldado Célio Alves, condenado nesta quarta-feira (29) a 16 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do empresário Mauro Sérgio Manhoso com a participação do ex-cabo Hercules Agostinho Araújo, vai recorrer da decisão e pedir a nulidade do julgamento.
De acordo com Waldir Caldas, advogado de Célio Alves, o pedido de anulação será feito porque o Ministério Público Estadual (MPE) fez referência, durante o julgamento, a provas que não foram juntadas para esse processo em questão, o que não garantiu o direito da defesa ao contraditório.
Ainda de acordo com Caldas, o seu cliente e Hércules Araújo foram julgados pelo que são, e não pelas provas que indicam o que fizeram no crime em questão. Segundo ele, as provas apresentadas no processo não condizem com a pena de 16 anos aplicada aos réus.
A defesa de Hércules Araújo segue na mesma linha. Jorge Godoy , defensor do ex-cabo, argumenta que o júri já chegou com um pré-julgamento de ambos. “Quando se fala em Hércules, as pessoas já têm uma pré-opinião formada”, argumenta. No entanto, Godoy afirma que ainda vai estudar se recorrerá ou não da decisão.
Durante o julgamento, as defesas defenderam a tese de que ambos não têm envolvimento com o assassinato do empresário, ocorrido em 9 de outubros de 2000. Segundo Caldas, as provas levantadas não comprovam o envolvimento de ambos.
De acordo com denúncia do MPE, o crime ocorreu a mando do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, pois a vítima estaria montando uma “raspadinha” em Cuiabá, o que atrapalharia os negócios do chefe do crime organizado em Mato Grosso.
A denúncia aponta que no dia do crime, Hércules pilotou a moto e Célio atirou contra Manhoso. A denúncia é por homicídio triplamente qualificado - motivo torpe (vingança), mediante recompensa (através do pagamento aos pistoleiros) e recurso que dificultou defesa por parte da vítima.
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