Fim do primeiro tempo. Foram cinco horas em que o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, enfrentou a fúria da oposição e recebeu afagos de senadores da base governista nesta terça-feira (12/7) no Senado, para esclarecer as denúncias da existência de um suposto ‘Mensalão do PR’.
O complemento da operação deflagrada pelos caciques do Partido da República (PR) para fazer Pagot falar antes que a oposição o fizesse tem continuidade na quarta-feira, com audiência na comissão de infraestrutura da Câmara. Sem saber qual será a decisão de Dilma a respeito de sua permanência no cargo, Pagot disse que tem vontade de retornar à iniciativa privada.
“Eu vim da iniciativa privada e estou doido para voltar para a iniciativa privada. Eu tenho projetos para o Rio Madeira. Tenho planos para navegação de cabotagem. Só vou voltar se a presidente Dilma Rousseff quiser”, disse Pagot ao senador Blairo Maggi (PR/MT) sobre a possibilidade de Pagot ser afastado definitivamente após suas férias.
Pagot dirigiu seu recado final ao ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União, que disse semana passada que o Dnit tinha DNA para a irregularidades. “Não concordo com a afirmação do ministro Jorge Hage que o Dnit tem DNA de corrupto”, rebateu.
Com exceção destes dois momentos de maior furor, Pagot optou por responder tranquila e tecnicamente todas as questões feitas na audiência conjunta das comissões de meio ambiente, fiscalização e controle e de infraestrutura.
O diretor usou a palavra para esclarecer diversos assuntos, desde o porquê de estar em férias até os motivos pelos quais são aprovados aditivos que elevam os preços das obras. Luiz Antonio Pagot negou que o Partido da República tenha feito caixa dois para a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Pagot negou contestou as informações que tivesse havido obstrução do Dnit às ações de fiscalização por parte do Tribunal de Contas da União e explicou que o superintendente do Dnit em Mato Grosso, Nilton de Brito, não é dono de empreiteira, mas sim o seu irmão, Milton de Brito.
Acusado de participar de um esquema de cobrança de propina, fraude nas licitações e superfaturamento, Pagot desqualificou as denúncias publicadas pela revista Veja e que foi alcunhada de Mensalão do PR.
O diretor defendeu mudanças na metodologia usada para a elaboração dos projetos e na fiscalização dos empreendimentos e pediu investimentos na reestruturação do departamento com aquisição de novos veículos, computadores e equipamentos.
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