Em forte pronunciamento em defesa da moralidade na política, o senador Pedro Taques (PDT/MT) disse que falta vontade política no Brasil para acabar com a corrupção no Brasil. Durante debate na Comissão de Direitos Humanos do Senado, nesta terça-feira (23/8), o senador criticou a falta de interesse do país e do Congresso Nacional em mexer em pontos considerados fundamentais que geram corrupção, como a impunidade e a prescrição das condenações a políticos.

"O trem-bala foi aprovado rapidamente. Quem dera se projetos anti-corrupção fossem aprovados com a velocidade de um trem-bala. Em 1452, enquanto Constantino discutia quantos anjos cabem dentro da cabeça de um alfinete, Maomé Segundo cercava a cidade de Constantionopla. Enquanto a casa está caindo, estamos há quatro horas discutindo como acabar com a corrupção. Falta vontade política para aprovar projetos anti-corrupção", declarou.

O parlamentar propôs a construção de um Pacto Anti-Corrupção. Entre as medidas que considera necessárias estão o fim dos cargos comissionados dentro dos partidos políticos e o fim das emendas parlamentares individuais.

"Não fui eleito para ser despachante do orçamento geral da união. Os partidos políticos não são Sine (Serviço Nacional do Emprego) para oferecer empregos. A causa da corrupção é a impunidade", disparou.

Taques criticou também as declarações do ministro das Cidades, Mário Negromonte, que disse esta semana à presidente Dilma Rousseff que a disputa interna dentro do Partido Progressista (PP) vai acabar em sangue.

"A disputa interna não tem que acabar em sangue. Ela tem que acabar na cadeia. Nós estamos privatizando a República. Precisamos fazer um pacto contra a corrupção, com mudanças constituicionais e mudanças legislativas, que modifiquem a legislação eleitoral", sugeriu, sob aplausos.