O levantamento da realidade socioeconômica ambiental da Bacia do Córrego do Ribeirão dos Cocais, localizada no município de Nossa Senhora do Livramento (42 km ao Sul de Cuiabá), elaborado pelos técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi concluído. O levantamento servirá de base para elaboração do projeto que prevê intervenções para reduzir problemas erosivos, aumentar o volume de água no período da seca e conter inundações na época das chuvas comprometendo o trabalho dos pequenos produtores da região.
A Bacia está situada numa área de 27,4 mil hectares e o trabalho de recuperação deve ser efetuado numa área de 4,6 mil hectares, na parte Noroeste do município. A engenheira agrônoma da Empaer, Dolorice Moreti fala que as medidas são de recomposição da vegetação nativa, principalmente nas áreas próximas aos canais de drenagem, contenção das águas das chuvas através de barramentos distribuídos nos canais que drenam para o Córrego do Ribeirão dos Cocais na parte superior da bacia, visando à infiltração da água no solo. Outra medida é a construção de barramentos sucessivos no encontro dos córregos Ribeirão e Cordeiros impedindo a inundação na parte baixa da bacia.
Segundo Dolorice, foi realizado um estudo sócio-ambiental que apresentou uma população constituída por 31 famílias que possuem 59% da população na faixa etária entre 40 a 60 anos. As residências construídas são de alvenaria e 100% delas estão localizadas na Área de Proteção Permanente (APP). A água para uso doméstico é retirada de poço tubular (15%) e de cacimbas protegidas (85%). Foram detectados 14 açudes na parte noroeste da bacia. ” Para contornar os processos erosivos e inundações é necessário o envolvimento das famílias rurais juntamente com os órgãos do poder público municipal e Estadual”, explica Moreti.
O engenheiro florestal da Empaer, Antônio Rocha Vital comenta que o levantamento da Bacia do Ribeirão dos Cocais começou em 2009, com a elaboração de um mapa preliminar de solo e vegetação, caracterização da rede hidrográfica, levantamento de dados da população residente e propriedades com ênfases em açudes existentes, fonte de água residencial, fonte para irrigação mesmo que seja somente para horta doméstica e outros. “Esse trabalho visa garantir o fluxo de água às propriedades e no interior da Bacia”, relata Rocha.
Conforme Vital, a Bacia do Ribeirão está em processo de declínio, no período da seca o volume de água chega a níveis críticos e no período das chuvas ocorre inundações, comprometendo até o trabalho na Estação de Piscicultura da Empaer onde estão localizados os tanques de pesquisas e reprodução de peixes. O engenheiro florestal acredita que o trabalho de recuperação da Bacia pode demorar até seis anos.
O levantamento da realidade socioeconômica ambiental da Bacia do Córrego do Ribeirão dos Cocais foi financiado com recursos da Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de Mato Grosso (Fapemat).
