A violência sexual contra as mulheres muitas vezes são justificadas pelos agressores como resultados do uso abusivo de drogas e bebidas. A desculpa, no entanto, é veementemente destacada como falsa pela promotora de justiça de Mato Grosso, Lindinalva Rodrigues Dalla Costa. “O álcool e a droga não causam a violência, apenas a potencializa”, destaca.

Para o deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa José Riva (PSD), as pessoas sempre encontram nesses elementos a desculpa para a prática da violência, seja qual for tipo de vítima. A afirmação é amparada pelos 666 casos de lesão corporal registrados contra as mulheres somente em 2011, segundo boletim online.

Os agressores se utilizam da dependência emocional ou financeira contra suas vítimas para continuar com os abusos, já à espera da impunidade. Quanto às vítimas, deixam de registrar os casos por vergonha, medo de não sustentar a família e, acima de tudo, pela dependência emocional atrelada ao parceiro com quem construiu uma vida.

Esse fator é enfatizado pela primeira dama do Estado e secretária de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setcs), Roseli Barbosa, que destaca também o grau de brutalidade que tem sido utilizado pelos acusados. Entre os mais recentes, o caso da mulher que foi morta e incinerada em um forno de uma pizzaria em Cuiabá.

O Banco Interamericano fez uma publicação em que destaca alguns apontamentos. Um deles mostra que, no mundo, a cada cinco dias de trabalho de uma mulher, um é perdido após a ocorrência de um tipo de violência. Mulheres entre 15 e 24 anos perdem mais qualidade de vida devido aos abusos do que pela ocorrência de câncer e outras doenças.