"Não vejo problema nenhum com essa história de idade. Isso existe?" A frase é da compositora e cantora indie Mallu Magalhães, de 16 anos, ao comentar seu namoro com o também músico Marcelo Camelo, de 30, vocalista da banda Los Hermanos. Talvez Mallu se identifique com Nikki, protagonista do filme Lição de Amor, em cartaz, vivida pela italiana Michela Quattrociocche, de 20 anos. No longa, Nikki se envolve com um bem-sucedido homem mais velho, o publicitário Alex, papel do ator e modelo italiano Raoul Bova, de 37 anos ¿ que ganhou fama mundial ao seduzir a personagem de Diane em Sob o Sol da Toscana (2003).

Nikki e Alex se conhecem acidentalmente nas ruas de Roma e engatam um romance com idas e vindas, ambientado em belos cartões postais da capital italiana e de seus arredores e embalado por sucessos da música pop italiana - uma atração à parte do filme do diretor italiano Federico Moccia, que irá agradar à platéia adolescente.

As personagens da história, mesmo que bastante estereotipadas (Niki e suas amigas são adolescentes inconseqüentes e Alex o quarentão indeciso), acabam trazendo novamente à tona esse tipo de relação que vai muito além das telas de cinema e tem recheado capas de revistas e ocupado manchetes de sites pelo mundo.

Passeando pela comédia, com alguns picos dramáticos, o filme, dirigido por Federico Moccia, discorre e constrói a história de um casal que tinha tudo para dar errado.

Michela, que no filme vive uma adolescente de 18 anos, é debutante na tela grande e, em entrevista exclusiva (por e-mail) para o Terra, contou sobre essa sua primeira experiência à frente das câmeras - pena que ela não quis falar sobre esse vírus do amor que anda juntando cada vez mais pessoas de faixas etárias tão distantes.

Como foi o processo de seleção para o papel da Niki?
Estava fazendo cursinho, para prestar vestibular, quando fiquei sabendo do personagem e fiz o teste. Durante dois meses passei por sete testes diferentes e, quando fiquei sabendo que tinha sido aprovada, fiquei maravilhada. Interpretar Nikki passou a ser um sonho que acabou realizado!

Conte sua experiência de trabalhar com Raoul Bova?
Ele é humilde e ajudava a todos do elenco. Raoul é uma grande pessoa.

E como foi fazer com ele as cenas mais quentes do filme?
Ah, foi divertido. Senti-me muito bem ao lado dele. Raoul teve a preocupação de me fazer sentir muito à vontade, para que as cenas acontecessem de forma natural. E acho que conseguimos.

O filme teve boa repercussão na Itália. Como foi isso para o seu dia-a-dia?
Realmente, no meu país o filme acabou sendo um sucesso. As pessoas me param nas ruas para me cumprimentar e falar sobre o filme. É muito excitante ver que um trabalho que você fez, ainda mais o primeiro, no meu caso, deu tão certo!

Você se identifica com a Niki?
Sim e não. Ela é uma guerreira e luta pelo o que quer. Nisso eu sou igual. Mas ela é muito menina e eu tenho mais os pés no chão.

Por causa do sucesso do filme, vai desistir de fazer faculdade e vai cair de cabeça na carreira de atriz?
Não! No ano que vem quero entrar na faculdade de Comunicação. Mas, paralelamente, também pretendo continuar com a minha carreira de atriz, no cinema. Fazer a Nikki foi uma experiência sensacional!