O ataque dos índios durante a operação Eldorado às margens do Rio Teles Pires pegou os próprios policiais federais de surpresa. De acordo com o superintendente da PF em Mato Grosso, Augusto Martinez, a Funai havia sido avisada da operação, mas não participou daquela ação específica. Um índio acabou morto, dois baleados e alguns policiais federais feridos com flechadas.

Após confronto, elite da PF fica em alerta para evitar ataque de índios
Corpo de índio desaparecido após confronto com PF é encontrado

Para Martinez, a presença da Funai não ajudaria na intermediação do confronto. “A Funai não tem liderança sobre os índios a ponto de evitar qualquer coisa, a realidade é essa, os caciques têm muito mais lideranças que a Funai”, declara o superintendente.

“Se a Funai estivesse presente aconteceria da mesma forma. A Funai sabia, estava junto com a operação, mas não naquele momento porquenão era na aldeia, não era para ter encontro entre índios e policiais, era previsto que haveria um resistência, mas não haveria encontro”, declara.

Para Martinez, o que evitou um trauma maior no encontro foi o alto nível de treinamento dos policiais que participaram da operação; “ Nós tínhamos uma equipe de socorristas além do próprio treinamento. Essa equipe de 92 policiais são policiais da força nacional, só do comando de operação da Polícia Federal, são policiais treinados para atividades sensíveis, era uma tropa especializada, se fosse uma tropa comum o estrago teria sido bem pior”, admite.

O confronto aconteceu quando os policiais federais foram detonar balsas usadas por organizações criminosas para a extração ilegal de ouro. O rio Teles Pires, onde as balsas se encontravam, margeia as aldeias.

Apesar do conflito, a operação não foi paralisada e as 14 balsas foram explodidas, “Existe uma técnica, uma forma de inutilizá-las usando explosivos controlados, foi com a participação do IBAMA esse esquema de destruição para não ter poluição”, informou.