Entidades da sociedade civil organizada acionaram o Ministério Público Federal (MPF) para que a atuação da Polícia Federal durante a Operação Eldorado seja investigada. Na ação, deflagrada na semana passada em Mato Grosso, dois policiais e seis índios Munduruku, da aldeia Teles Pires, ficaram feridos e Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado com três tiros.

Segundo informações da assessoria do MPF, a representação foi assinada por 116 organizações e entidades da sociedade civil. “O resultado da operação revela violações, abuso de autoridade e outros crimes, que devem ser apurados com celeridade e máxima diligência”, diz o documento, entregue aos procuradores da República no Pará.

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Os representantes destacam ainda que durante o confronto os indígenas possuíam arco e flecha enquanto os agentes estavam com arma de fogo. Além de acreditarem que a Polícia Federal não possui condições de conduzir o inquérito de forma parcial.

Alguns índios relataram que no dia da ação os policiais chegaram na aldeia realizando vôos rasantes e efetuando alguns disparos com balas de borracha, o que teria causado certo alvoroço e assustado os indígenas. “Na sequência, a polícia disparou contra os indígenas, resultando em diversos feridos e na execução de uma liderança indígena. Adenilson Munduruku foi encontrado pelo seu povo com três tiros, um na cabeça e um em cada uma das pernas. Indígenas afirmam que quando o corpo caiu na água a polícia federal atirou bombas contra ele na tentativa de destruí-lo”, consta em trecho do requerimento.

“Na aldeia, a PF ainda arrebentou portas e revistou moradias, intimidando os indígenas e causando pânico. Soma-se a isto as explosões no rio Teles Pires, que destruíram inclusive as embarcações de pesca e de locomoção do povoado. Diante disso, crianças corriam sozinhas com medo para floresta com a finalidade de se refugiar e mulheres foram humilhadas e sofreram ofensas dos agentes federais”, diz a carta.

De acordo com as entidades que protocolaram a denúncia, até o presente momento a aldeia está com dificuldade de manter a autonomia alimentar, porque os equipamentos de caça e pesca foram destruídos e confiscados pela polícia federal. O pedido de investigação foi encaminhado à Procuradoria da República em Santarém, que tem atribuição para atuar junto aos índios Munduruku, informou a assessoriado MPF.


As informações são da assessoria do MPF