Apontado por organizações não governamentais como um dos principais defensores individuais do meio ambiente, o ambientalista Hélio Augusto Gomes, 56 anos, recebeu o título de Cidadão Amigo da Natureza, conferido pelo presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD). “Ele se tornou um ícone de fiscalização contumaz no setor. Se todos agissem assim, teríamos menos poluição na cidade e no Planeta inteiro”, reconhece João Emanuel, autor do decreto legislativo 160, de 27 de junho de 2013.
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Natural de Várzea Grande, Hélio Augusto se tornou referência na área ambiental de Mato Grosso, especialmente por cobrar um novo conceito sobre a necessidade de reciclar o lixo. Ele se tornou conhecido como Fiscal do Lixo, na década de 1990, por seu heroísmo ambiental. Ele reside há 50 anos em Cuiabá, próximo do Cemitério da Piedade, na Rua 12 de Outubro. Trata-se do primeiro brasileiro a assumir uma postura de vigilância voluntária em prol do meio ambiente, com atuação dia e noite.
Uma das propostas do ambientalista é criar o Comitê de Mobilização de Limpeza Urbana, inspirado na Lei 12.305, da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Todos os municípios do Brasil, pelo comitê, terão que dispor de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que envolve vários segmentos: Cooperativa de Catadores de Material Reciclado, Coleta Seletiva Obrigatória, Descarte Seletivo, Lixo Eletrônico, Lixo da Construção Civil, Consumo Consciente, Sacola Retornável e outros”, afiança o ambientalista. .
Para provar que o cidadão não tem ainda um compromisso sério com o meio ambiente, Hélio recolheu 10 mil copos plásticos de água/café no Palácio Alencastro, durante um mês. “O Ministério do Meio Ambiente, via cartilha, propôs que as instituições doem um copo plástico (não descartável) para cada funcionário. Além de gerar mais economia aos cofres públicos, esta medida minimiza o impacto ambiental no aterro sanitário”, ensina ele.
Os projetos pensados por Hélio Gomes se estendem também aos setores de energia sustentável, ciclovias, transporte coletivo, alimentação orgânica, medicina preventiva, entre outras ideias a serem discutidas em audiências públicas que deseja agendar. Ainda advertiu para a necessidade das pessoas saírem da prática sedentarista, praticando esportes e mantendo uma alimentação natural.
Antes de se tornar Fiscal do Lixo, impulsionado pelo amor à natureza, Hélio comandava o Restaurante Dona Alice, frequentado pela sociedade local, principalmente intelectuais. No lugar, ele criou um espaço cultural denominado Poeta Silva Freire. Diariamente, ele anda seis a sete quilômetros, à parte de outras mobilizações ecológicas, a exemplo do trabalho que realiza no Rio Mutuca, nos finais de semana, quilômetro 27 da Rodovia Emanuel Pinheiro, marco inicial do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
Outra atividade regular que desenvolve é o batismo ecológico. “Uso o cartão vermelho, seguido de apito estridente, para as pessoas que descartam objetos pelas ruas. Inclusive, entreguei um cartão vermelho para o ministro dos Esportes, Aldo Rabelo, que jogou fora uma bituca de cigarro no pátio da Associação Mato-Grossense dos Municípios. O fato foi testemunhado pelo deputado federal Eliene Lima. Aldo ignorou uma lixeira que estava a poucos metros”, recorda Helinho.
