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Segunda-feira, 03 de junho de 2024

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Igreja de Casa Forte lota para missa em memória de Eduardo Campos

Igreja de Casa Forte lota para missa em memória de Eduardo Campos
Filhos do ex-governador participaram da cerimônia, no Recife.

Beto Albuquerque, que deve compor chapa com Marina, compareceu.

A missa de sétimo dia do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, realizada nesta terça-feira (19), reuniu parentes, políticos e admiradores do político dentro e fora da Igreja de Casa Forte, na Zona Norte do Recife.

Campos e mais seis pessoas morreram em um acidente aéreo em Santos (SP), na última quarta-feira (13).

A viúva Renata Campos e os cinco filhos entraram na igreja pouco antes das 20h, todos vestidos de branco, e sentaram na primeira fila. A mãe de Eduardo, Ana Arraes, dividiu o mesmo espaço, ocupado também pela viúva de Miguel Arraes, Magdalena.

O lado oposto foi reservado para autoridades e políticos, entre eles, o governador do Estado, João Lyra; o prefeito do Recife, Geraldo Julio; e os integrantes da Frente Popular de Pernambucoque disputam a eleição estadual -- Paulo Câmara, Raul Henry e Fernando Bezerra Coelho, candidatos ao governo, vice e Senado, respectivamente.

O deputado federal do PSB-RS Beto Albuquerque chegou poucos minutos atrasado à celebração. Ele estava em reunião sede do PSB, no Recife, onde confirmou que será indicado pelo PSB para compor a chapa encabeçada pela ex-senadora Marina Silva, dentro da coligação Unidos pelo Brasil.

Renata e os filhos estiveram serenos durante a missa, celebrada pelo acerbispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, e co-celebrada por cerca de 20 padres. Em vários momentos, a viúva amamentou o bebê Miguel, 7 meses.

O filho João iniciou o evento religioso afirmando que estavam ali para celebrar a vida de "painho" e das outras vítimas. A igreja estava estava com todos os 400 lugares ocupados, além das pessoas que estavam em pé. Um telão do lado de fora transmitia a missa para um grande número de pessoas que estavam na Praça de Casa Forte.

O pároco do bairro, padre José Edvaldo Gomes, aproveitou o momento para pedir que "aqueles que não fossem bons políticos desistissem da eleição" e que a população honrasse o nome de Eduardo Campos "tirando os ficha-sujas da disputa".

A filha Maria Eduarda também falou durante a missa, pedindo que o "povo pernambucano, que painho tanto amava, não desista das ideias e sonhos dele".

João encerrou a missa lendo um texto que estava no encarte do roteiro da missa: "Pai, temos certeza que estarás sempre olhando por nós e teu povo. Seguiremos na tua luta e seremos sementes da tua esperança. Nos regastes com amor e fortificastes com a tua coragem. A saudade é enorme, mas sentimos tua presença em cada momento vivido e em cada sonho realizado. Vai em paz, o céu ganhou mais do que um presidente", falou em nome dos filhos.

Ao término da celebração, Renata recebeu condolências dos presentes à missa. Ela só deixou a igreja depois de falar com a última pessoa que estava no local e saiu sem conversar com a imprensa.

O acidente com o jato particular também vitimou o fotógrafo Alexandre Severo e Silva e o cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, cuja missa de sétimo dia conjunta foi realizada uma hora mais cedo, na Igreja Matriz do Espinheiro, no Recife. Também foi celebrado nesta terça um culto em homenagem ao assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol.

Pela manhã, a direção do PSB, partido que Campos presidia nacionalmente, fez uma celebração na Catedral de Brasília, na capital federal. A provável candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, esteve presente. O nome dela deve ser oficializado nesta quarta (20).

Investigação do acidente

O acidente que matou Eduardo Campos e mais seis pessoas aconteceu na quarta-feira (13). O jato particular que levava o candidato e seus assessores do Rio de Janeiro para cumprir agenda em Santos (SP) caiu sobre um bairro residencial. Além de Campos, Percol, Lyra e Severo, também morreram o assessor Pedrinho Valadares e os pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha.

A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal investigam as causas da queda do jato particular. Chovia no momento da queda e, nesta terça (19), a FAB informou que a aeronave estava com o trem de pouso e os flaps recolhidos. O trem de pouso é composto por equipamentos e pneus para permitir a aterrisagem de aeronaves e os flaps são instrumentos na asa que reduzem a velocidade de aviões.

Reportagem publicada no jornal "Folha de S.Paulo" revela que a Cessna, fabricante do jato Citation 560 XL, o mesmo modelo em que Campos viajava, alertou para o risco de a aeronave mergulhar abruptamente durante procedimento feito em subidas e arremetidas. O procedimento apontado pela fabricante é o recolhimento dos flaps.

De acordo com a FAB, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela apuração do acidente, precisa saber em que momento o procedimento de recolher os flaps e o trem de pouso ocorreu e qual era a velocidade da aeronave, pois, segundo o manual do jato, é informado que o recolhimento dos flaps só pode ocorrer em velocidade inferior a 370 km/h.

Cortejos, velórios e enterros

Os corpos dos quatro pernambucanos mortos no acidente aéreo chegaram ao Recife na noite de sábado (16). Em carros do Corpo de Bombeiro, os caixões de Eduardo Campos, Carlos Percol e Alexandre Severo fizeram um cortejo que passou por 10 bairros e chegou ao Palácio do Campo das Princesas por volta das 2h do domingo (17), quando teve início o velório. O caixão com o corpo de Marcelo Lyra foi levado diretamente para o Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife, onde foi velado e enterrado.

Os caminhões do Corpo de Bombeiros que trouxeram os caixões foram acompanhados desde a Base Aérea, na Zona Sul da cidade, até o Palácio, que fica na área central da capital, por um longo cortejo, com centenas de motoristas e motociclistas. Nos viadutos localizados no entorno do Aeroporto Internacional do Recife, as faixas foram tomadas por carros. Além dos veículos, muitos motoristas desceram de seus carros para aplaudir a passagem das viaturas. Sem se preocupar com a hora, a população da cidade correspondeu: em todos os bairros, as pessoas se aglomeravam nas calçadas e cruzamentos, saudando a passagem dos veículos, sacudindo bandeiras do Brasil e de Pernambuco e acenando para os filhos de Eduardo Campos, que retribuíram, respeitosamente.

Pela manhã, uma missa campal foi realizada na Praça da República, presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A celebração durou cerca de duas horas e foi transmitidas por telões espalhados na Praça da República. Parentes, amigos e políticos, como a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o candidato a presidência pelo PSDB, Aécio Neves, acompanharam a cerimônia.

Caravanas de todo o estado também vieram prestigiar a despedida. Ao final da missa, os corpos de Alexandre Severo e de Carlos Percol foram levados para os cemitérios Morada da Paz, em Paulista, e Santo Amaro, respectivamente. Percol foi sepultado por volta das 14h30 e Severo, cremado no começo da noite.

Por volta das 16h30, o caixão de Eduardo Campos deixou a Praça da República, em um carro do Corpo de Bombeiros, para ser levado ao Cemitério de Santo Amaro. Depois de 14 horas de velório, uma multidão acompanhou o cortejo de cerca de dois quilômetros.

Antes da saída do corpo, vários artistas populares prestaram homenagens ao ex-governador, cantando músicas que foram acompanhadas pela multidão e emocionaram a família de Eduardo Campos. Alceu Valença, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Edilza e Edy Carlos foram alguns dos nomes que cantaram canções como "Madeira de lei que cupim não rói" e "Caboclo sonhador". O poeta Antônio Marinho recitou versos de sua autoria, sobre o nascimento do filho caçula do ex-governador, Miguel, e de despedida, sendo muito aplaudido.

O caixão foi rapidamente sepultado, após o toque fúnebre de uma trompeta. Renata Campos e os filhos se despediram com beijos no caixão e aos gritos de "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro". Fogos de artifício começaram a estourar, em uma homenagem durou 20 minutos. De acordo com a Polícia Militar, somando velório, cortejo e sepultamento, participaram das cerimônias fúnebres cerca de 160 mil pessoas.

As outras três vítimas do acidente -- o assessor político Pedrinho Valadares, o piloto Marcos Martins e o copiloto Geraldo da Cunha -- também foram enterrados no domingo.
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