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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Adolescente diz que pedido de ajuda no verso de receita 'era única saída'

Adolescente diz que pedido de ajuda no verso de receita 'era única saída'
Garota de 17 anos fala que suspeito ameaçava matar a família dela. Caso aconteceu em Campo Grande; vítima foi localizada dia 18. A adolescente de 17 anos que escreveu pedido de socorro no verso de uma receita médica denunciando cárcere privado, em Campo Grande, disse ao G1 neste sábado (23), que denunciar a violência que sofria em uma farmácia foi "a única saída". "Para mim era a melhor forma. Não podia falar e não podia ligar com medo dele fazer alguma coisa contra minha família", declara. O suspeito se apresentou à polícia nessa sexta-feira (22) e negou o crime. A garota conta que conheceu o jardineiro de 40 anos, através de amigas e saiu de casa após uma briga com a mãe. Eles moraram juntos em dois endereços antes de ir para a residência onde viviam também a ex-esposa do jardineiro e dois filhos dele, um de 11 e outro de 15 anos. Ela diz que no período que morou sozinha com o jardineiro, ele a esperava dormir e trancava a casa com cadeado, o fornecimento de água foi cortado e então a ex-mulher dele chamou o casal e o filho bebê para morar com a família. Na versão da adolescente, o suspeito não permitia que ela saísse de casa sem a companhia dele, tinha ciúmes dela com o filho mais velho dele, a agredia com socos e chutes e fazia ameaças. "Ele já falou que ia jogar gasolina em mim"; "Eu desafiava ele e ele me batia" desabafa. De acordo com a garota, após as brigas, ela o perdoava. "Eu dizia que ia embora. Ele me convencia a ficar, me reconquistava". No entanto, conforme a adolescente, o homem voltava a ser agressivo, com ameaças à família dela, e por conta disso, mesmo tendo acesso a celular, não o denunciava. "Eu tinha muito medo dele. Medo de pedir ajuda e ele descobrir. O medo era muito grande. Só tive coragem por causa do meu filho", fala a adolescente que explica que na caderneta de pré-natal dela só constam quatro consultas e que o filho ainda não foi registrado porque a ex-mulher dele não permitia o nome que ela havia escolhido. Ela nega ter ciúmes do jardineiro, como familiares dele disseram. Há cinco dias fora da casa onde morava, a garota diz que está bem. "Estou feliz, estou tranquila. Quero voltar a estudar e ter uma oportunidade de trabalho, porque capacidade eu sei que tenho", declara. Entenda o caso Mãe e filho foram resgatados em uma casa no bairro Guanandi, região sul de Campo Grande, pela Polícia Militar (PM) na última segunda-feira (18). A adolescente explicou à polícia que não denunciou o caso antes por medo do suspeito, que fazia ameaças. No pedido de ajuda escrito no verso da receita médica, a adolescente chama o suspeito de psicopata e diz que é mantida em cárcere privado. A garota disse que também que escreveu o bilhete no mesmo dia em que entregou a receita à funcionária da farmácia. Ela também relata que sofre agressões e ameaças do homem, diz que o suspeito ameaçou tirar o filho dela e indica o nome e o CPF dele. Vizinhos Conforme o delegado, em depoimento a adolescente disse que descobriu que o suspeito era casado depois de ter começado o relacionamento com ele, e que, meses depois, a levou para morar na mesma casa onde ele já morava com a esposa e dois filhos. Antes disso, suspeito e vítima chegaram a morar em outras três casas, sendo uma delas da mãe dele. Ainda conforme o delegado, após perícia, foi constatado que a garota tinha condições de ter pedido ajuda antes. "Se tivesse esse ânimo anteriormente, ela poderia ter pedido socorro por intermédio de uma janela, que dava para ver os fundos da outra casa do mesmo terreno, porque, as pessoas que ali residem, sabiam da existência dela ali. O que nos chama atenção é isso, a facilidade que ela teria e se quisesse de pedir socorro antes, porém não o fez por medo", afirmou. Testemunho Rosa Conceição Moreira, de 51 anos, mulher do suspeito, que morava na mesma casa em que a adolescente afirma ter sido mantida em cárcere, prestou depoimento pela manhã junto com a filha. Elas também afirmam a versão contada pelo jardineiro. “Ela tinha muito ciúmes dele, queria que ele abandonasse os filhos e fez isso para se vingar”, declarou. Conforme a dona de casa, o relacionamento dela com o suspeito era de amizade. Ela relatou que dormia com a adolescente e o bebê em um quarto, enquanto o jardineiro e os filhos dele, de 11 e 15 anos, dormiam em outro cômodo. “Eu amo esse filho dela como se fosse meu.”
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