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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Vila Bela mantém tradição com Festa do Congo

Foto: Reprodução

Vila Bela mantém tradição com Festa do Congo
Memória e tradição estão presentes no município de Vila Bela da Santíssima Trindade. Durante cinco dias, a cidade realiza os festejos do Congo, atraindo a atenção do grande público para a beleza dessa manifestação cultural. A festa se encerra na próxima segunda-feira (20/07) mas até lá apresenta um roteiro emocionante.


Confira o trajeto da Festa

Madrugada do primeiro dia – Véspera do dia São Benedito

Depois de um jantar que encerra as homenagens ao Divino, os soldados saem em marcha pelas ruas e pegam com as autoridades a Chave da Cidade. A partir de então, serão eles as autoridades civis e militares de Vila Bela da Santíssima Trindade durante os próximos dias. Nesta noite eles ainda são recebidos na casa do prefeito, na casa de um cidadão da cidade escolhido para servir um lanche aos soldados e no batalhão onde são cumprimentados pelo oficial do dia. Eles ainda visitam a casa do juiz, da juíza, do rei e da rainha de São Benedito.

Quinta-feira (16) – Primeiro dia da Festança do Congo

Às 20 horas tem reza cantada e queima de fogos na casa da Imperatriz. É neste momento que começa a Festança do Congo. Ainda na casa, são oferecidos aos convidados chicha, uma bebida a base de milho e também bolacha africana, feita de trigo com açúcar e sal. Os convidados então seguem para a casa do Imperador e depois para a casa do Capitão do Mastro, onde novamente e realizada uma reza cantada.

Sexta-feira (17)– Segundo dia da Festança do Congo

É neste dia que é realizado o levantamento dos mastros. A procissão que passa de casa e casa convidados os festeiros, se dirige até a frente da igreja onde serão colocados os mastros. Existe uma simbologia neste dia: quando o mastro e colocado, o lado o qual ele rodar é onde esta o novo rei.

Sábado (18)– Terceiro dia da Festança do Congo

À meia noite deste dia, com muitos fogos é anunciada a Alvorada do Divino e de São Benedito. Os festeiros e devotos saem pelas ruas da cidade dançando e entoando cantigas da tradicional seresta. Em agradecimento à acolhida eles oferecem nas casa licores e Kangingin.

Domingo (19) – Quarto dia da Festança do Congo

Acompanhada pelos festeiros da Irmandade e a comunidade, começa na casa da Imperatriz a ladainha e reza cantada. Também neste dia tem Noite Cultural com apresentações de grupos de dança, declamação de poesias e um show com banda na Praça da Igreja.

Segunda-feira (20) – Quinto dia da Festança do Congo

É neste dia que tem a “Dança do Congo”. O dia inicia com uma missa em louvor ao Divino Espírito Santo, na Igreja Matriz, em seguira é o almoço com toda a comunidade e participantes no Centro Comunitário. À noite o jantar é oferecido pela Imperatriz.

A “Dança do Congo”

Em Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital de Mato Grosso, a Dança do Congo representa a resistência dos negros que continuaram na região após a transferência da capital do Estado para Cuiabá, em 1835. Faz parte da Festa de São Benedito que ocorre sempre no mês de julho, em uma segunda-feira, quando comemoram o dia do santo negro.

A Dança do Congo é a dramatização de uma luta simbólica travada entre dois reinados africanos. O Embaixador de um outro reino pede ao Rei do Congo a mão de sua filha em casamento, o Rei rejeita o pedido então o Embaixador declara guerra ao Rei do Congo. O motivo da negativa teria sido que o Rei do Congo desconfiava que o Embaixador queria fazer uma traição ao reinado, após o casamento ele tomaria o poder possivelmente matando o Rei, o Secretário e o Príncipe, ficando com a coroa. Em uma outra versão o Embaixador é o mensageiro do Rei de Bamba, que manda pedir a mão da Princesa em casamento.

Os personagens do reinado do Congo são o Rei, o Príncipe e o Secretário de Guerra; do reino adversário aparecem o Embaixador e soldados. A nobreza usa mantos, coroas e bastões coloridos e ornamentados com flores como instrumentos, o Príncipe e o Secretário de Guerra vestem também um saiote com armação de arame e um peitoral em forma de coração como escudo. Os soldados usam espadas, capacetes com pena de ema, flores e fitas, e o cantil que contém uma bebida chamada “Kanjinjim”, feita a base de cachaça, gengibre, canela, cravo e mel que serve para estimular os dançantes.

As flores na indumentária servem para reverenciar São Benedito, como os personagens não podem ficar próximos ao oratório do santo durante a dança, onde colocariam suas flores para promessa, eles arrumam um lugar no capacete, e as fitas representam o próprio oratório.

A movimentação da Dança do Congo é a caracterização da marcha dos soldados, o pulso vertical dos corpos, os movimentos dos braços com as espadas e o ritmo dos pés, dançando ou caminhando, remetem à marcha.

A dança ocorre pela cidade toda, onde os participantes cantam e marcham ao som do ganzá, bumbo e cavaquinho que são tocados pelos músicos-soldados. Os dançantes tem por função também proteger os festeiros que são o Rei, a Rainha, o Juiz e a Juíza que carregam objetos sagrados, e ainda as promesseiras que acompanham o cortejo levando flores em homenagem a São Benedito.


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