Tendo a preparação de Mato Grosso e Cuiabá para a Copa de 2014 como prioridade, o governador Blairo Maggi cria um novo suspense na política mato-grossense sobre quando vai deixar o governo. "A preparação para a Copa de 2014 é prioridade do governo", disse Blairo Maggi, na tarde de ontem, em Manaus, ao regressar dos Estados Unidos após 15 dias de licença. Tudo vai depender do papel que ele terá na na condução dos preparativos para a Copa de 2014.
Três hipóteses já foram cogitadas sobre até quando Maggi ficaria no governo. Na primeira delas, ele deixaria o cargo em 31 de dezembro deixando o último ano para o vice, Silval Barbosa (PMDB), que concorreria à reeleição. A segunda possibilidade seria Maggi sair em abril, também renunciando para disputar uma das duas vagas no Senado. Como já anunciou que não pretende participar do processo eleitoral, seria natural que cumprisse seu mandato até 31 de dezembro de 2010, passando o cargo ao seu sucessor. "Está tudo em aberto. Não tenho nada definido e a Copa mudou muita coisa", disse Maggi.
Como governador ele não poderia assumir funções executivas em qualquer outro cargo, mesmo na futura Agência que cuidaria das questões relativas à Copa de 2014. No entanto, há uma quase unanimidade entre a classe política, que pelo seu empenho em trazer a Copa para Cuiabá, Blairo Maggi deveria ser o comandante de processo. Já teriam manifestado a ele apoio nesse sentido os prefeitos de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), cidades diretamente ligadas à Copa e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), a quem caberá colocar o projeto da nova agência em votação.
Tudo isso começa a ser discutido a partir de amanhã, quando Maggi recebe a minuta do projeto que cria a Agência Reguladora para a Copa. O projeto é o primeiro que governo vai encaminhar à Assembléia logo após o recesso, em agosto. Pelo projeto a agência teria dois orgãos principais: um de fiscalização e acompanhamento, composto pelo governador do Estado, pelo presidente da Assembléia, dos Tribunais de Justiça e de Contas, dos Ministérios Públicos Federal e Estadual e os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande. Esse órgão evitaria a questão de disputas políticas, já que em termos do Executivo e Legislativo, os cargos seriam ocupados pelos vencedores das eleições de 2010 e 2012.
O órgão executivo que tocaria as obras teria uma presidência e cinco diretorias. E é ai que entra ( ou não) a figura de Blairo Maggi. Caso a agência seja criada imediatamente, Maggi não poderia assumi-la. Nesse caso, é dado como certo que Eumar Novacki, que hoje comanda a Casa Civil e a Comunicação Social, seria o presidente, deixando os dois cargos atuais e assumindo a agência enquanto Blairo permanecer no governo.
O chefe do executivo estadual teria confidenciado a intenção de indicar Novacki a pessoas ligadas a ele. Com isso ficaria descartada a possibilidade do secretário de Turismo, Yuri Bastos Jorges, que até agora comandou o comitê pró-copa, em assumir o cargo.
A concretização desse projeto acontece em setembro, quando Blairo Maggi vai à África do Sul, ver o andamento das obras para a Copa de 2010. O governador diz que quer aprender com os sul-africanos para não errar e não quer correr o risco de Cuiabá deixar de sediar os jogos por atraso no cumprimento dos encargos da FIFA. "Se as obras não estiverem adiantadas em 2012, não teremos a Copa das Confederações aqui ( em Cuiabá) e a Fifa pode até fazer a Copa em 10 ou até oito cidades," afirmou ele.
