18 de julho de 1909. 19 de julho de 2009. São cem anos de Gre-Nal. O clássico entre Grêmio e Inter, neste domingo, marca o centenário de uma grande competitividade. Um duelo que valerá bem mais do que três pontos pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. O confronto no Olímpico, a partir das 16 horas, será daqueles lembrados para sempre. Ficará para a história da imensurável rivalidade entre os clubes.
Os dois clubes vivem um momento em que tentam se firmarem. O início do mês do centenário do clássico acabou sendo traumático para ambos os lados. No primeiro dia de julho, o Inter perdeu a Copa do Brasil para o Corinthians, no Beira-Rio. Vinte e quatro horas depois, o Grêmio foi eliminado pelo Cruzeiro, nas semi-finais da Libertadores. Nas duas partidas, os gaúchos saíram perdendo por 2 a 0 e buscaram o insuficiente empate.
Desde então azuis e vermelhos tentam se reerguer. O Grêmio conseguiu vencer Atlético-PR e Corinthians, mas tropeçou no Coritiba. É o oitavo colocado no Brasileirão. O Inrer foi mais instável desde então, tendo perdido a Recopa Sul-americana para a LDU e perdido para o Atlético-PR. Em compensação derrotou Náutico e Fluminense, ocupando a vice-liderança da competição.
Em um clássico desta magnitude, as conseqüências vão além do campo de jogo e nas mudanças de posição na tabela. O resultado dentro das quatro linhas reflitirá no ânimo para os próximos compromissos. "Sei que o Gre-Nal tem um peso maior que os três pontos", admite o técnico Tite.
Paulo Autori não é gaúcho como seu oponente, mas sabe a pressão existente quando os maiores clubes do Rio Grande do Sul se enfrentam. Em 1999, ele participou do clássico comandando o Inter. "Todo o clássico tem uma atmosfera diferente. Mas se tem que ser aquilo que você é. Temos que ser aquilo que somos. Mesmo sabendo que Gre-Nal é Gre-Nal", filosofa o treinador tricolor.
Os dois treinadores colocarão em campo escalações bem diferentes das do meio da semana. Tite faz mistério. Já Autuori abre o jogo.
No Grêmio, Réver, Maxi López, Herrera e Souza retornam ao time. No Inter, as voltas serão de Bolívar, Kléber e D'Alessandro, este último conseguiu efeito suspensivo de sua punição somente na sexta-feira. Os desfalques estão presentes nos dois lados. Os gremistas não contarão com o zagueiro Léo e o lateral Willian Thiego, ambos suspensos. As vagas serão preenchidas por Rafael marques e, provavelmente, Joilson. Outra opção para a lateral é a utilização de Makelele. Os colorados não terão os volantes Magrão e Glaydson.
No lado vermelho do clássico nada é tão simples. A primeira incógnita e no sistema. O 3-5-2 deu certo contra o Fluminense e apesar de ser eventual pode ser mantido. No meio-campo, a incógnita é Sandro. O volante está recuperado de lesão muscular, mas não possui as melhores condições físicas. Com Magrão e Glaydson suspensos, outra opção seria o zagueiro Danny Morais, o que pode fazer com que a equipe entre em campo com cinco zagueiros.
Na frente a briga por um lugar entre os titulares é entre Taison e Alecsandro. Goleador do time no ano, Taison estava há quase dois meses sem marcar. Foi para o banco de reservas, de onde saiu para ir às redes duas vezes contra o Flu. A boa fase pode ter voltado e ele é o mais cotado para iniciar o jogo.
Podendo perder espaço, Alecsandro aponta um favorito no duelo de domingo. "Sabemos que o Grêmio é o favorito por jogar em seu estádio e tem que corresponder na frente do seu torcedor. Se tratando de Brasileirão, a gente sabe quanto é difícil jogar fora de casa. Por isso, a gente dá o favoritismo para o adversário", opinou.
A vontade de vencer dos jogadores gremistas é grande. Esse será o quarto confronto contra o maior rival no ano. Em todos os outros o Inter venceu, sempre por 2 a 1. "Além da pressão normal tem essa cobrança por fazer alguns clássicos que a gente não vence. A vitória nos dará moral para a sequência", analisou o goleiro Victor.
Assim como o primeiro clássico da história, no século passado, na acanhada Baixada, o Grêmio será o mandante Pela primeira vez em 2009, o Gre-Nal ocorrera no Olímpico. São 100 anos de gols, momentos históricos, alegria, choro. Porto Alegre terá um domingo histórico, tão histórico como aquele domingo de 18 de julho de 1909.