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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Delação

Em confissão, cabo da PM afirma ter destruído HD com áudios dos grampos ilegais

Foto: Paulo Victor Fanaia/Olhar Direto

Em confissão, cabo da PM afirma ter destruído HD com áudios dos grampos ilegais
O cabo PM Gerson Corrêa Júnior, preso acusado de participar do esquema de grampos ilegais em Mato Grosso, confessou ter destruído o HD em que ficavam armazenadas as interceptações ilegais feitas pelo grupo. As declarações fazem parte da tentativa de acordo de delação premiada que o militar tenta com a Justiça. Como divulgado em primeira mão pelo Olhar Direto, na última terça-feira (17), o policial confirmou que o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, fez o pagamento de R$ 50 mil ao coronel PM Evandro Lesco para bancar as interceptações e que os alvos seriam adversários políticos do governador Pedro Taques (PSDB).


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Gerson fez as confissões aos delegados Ana Cristina Feldner e Flavio Stringueta, na última segunda-feira (16). Na ocasião, admitiu ter dado fim no HD em que estavam as escutas. Ainda não se sabe como ele o teria feito e nem se há cópias destes arquivos. Vale lembrar que ele era quem operava o principal dos sistemas Wytron e Sentinela.
 
Gerson Corrêa Júnior atuava no Gaeco e possuía o ‘know how’ na operação do Sistema Guardião de Interceptação Telefônica. Foi levado em 2015 para o Núcleo da Inteligência da Polícia Militar, na Casa Militar, época dos grampos. Continuou na Casa Militar até maio de 2017, quando teve prisão preventiva decretada por ter operado o esquema de interceptações telefônicas ilegais.
 
Na terça-feira (17), o Olhar Direto mostrou em primeira mão algumas das revelações feitas pelo cabo. A primeira delas trata sobre o pagamento de R$ 50 mil que teria sido feito por Paulo Taques para o coronel Lesco com o objetivo  de bancar as despesas das interceptações ilegais iniciadas durante a campanha para o governo do Estado, em setembro de 2014.
 
A segunda revelação feita pelo PM é de que ele teria ouvido de Paulo Taques que seu interesse nas interceptações ilegais seria estritamente político. Depois, garantiu que os alvos seriam adversários do então candidato ao governo, Pedro Taques.
 
Por fim, Gerson contou também que os alvos políticos dos grampos ilegais eram passados para ele pelo coronel PM Zaqueu Barbosa, que seria o responsável por comandar toda a operação, desde o seu início.
 
Operação Esdras
 
A operação Esdras, desencadeada no dia 27 de setembro, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador Orlando Perri do caso.
 
Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.
 
Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.
 
Na Operação Esdras foram cumpridas medidas contra Paulo Taques, coronel Airton Benedito de Siqueira Júnior, o ex-secretário de Estado Rogers Eizandro Jarbas, o corornel Evandro Aexandre Ferraz Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o major pm Michel Ferronato, Helen Christy Carvalho Dias Lesco (esposa de Lesco), o empresario José Marilson da Silva e o advogado Marciano Xavier das Neves.
 
Grampos
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”. O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
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