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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Mesmo com racha na bancada, Mercadante decide continuar como líder do PT

Com o apoio da maioria dos senadores da bancada do PT, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) decidiu nesta quarta-feira permanecer no cargo de líder do partido na Casa. Apesar do "racha" na legenda provocado pela decisão da direção nacional do PT de defender o arquivamento dos processos contra o senador José Sarney (PMDB-AP), Mercadante disse que não vai "abandonar" o partido em meio à crise que atinge a Casa e a bancada.


O petista, porém, colocou o cargo à disposição dos senadores do PT e disse estar disposto a deixar a liderança caso outro petista se candidate para a função. Dos 11 senadores que integram a bancada, que hoje perdeu a senadora Marina Silva (PT-AC), seis manifestaram apoio a Mercadante.

Os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e Delcídio Amaral (PT-SC) não compareceram à reunião que referendou Mercadante no cargo. Os dois foram indicados pelo líder para ocuparem as duas vagas do PT abertas no Conselho de Ética --mesmo depois de manifestarem publicamente que não estavam dispostos a assumir o desgaste político de votar pró-Sarney.

"A minha vontade hoje era sair da liderança do PT. Não conseguimos enfrentar a crise com a nossa posição favorável ao afastamento do senador Sarney. Mas eu não vou contribuir para agravar a crise da bancada em um dia como hoje", afirmou.

Mercadante disse estar disposto a rediscutir sua permanência no cargo na próxima terça-feira, quando a bancada do PT se reúne no Senado. O petista também rebateu as críticas de que teria "abandonado" os três senadores do partido integrantes do Conselho de Ética que foram obrigados pela direção nacional do PT a votar em favor de Sarney. Além de Ideli e Delcídio, o senador João Pedro (PT-AM) também votou em favor do presidente do Senado.

Senadores do partido acusaram Mercadante de ter descumprido o acordo combinado com a cúpula do PT para responsabilizar a presidência nacional da legenda pela orientação do voto pró-Sarney. Delcídio ficou irritado porque Mercadante não leu nota do presidente da legenda, Ricardo Berzoini (PT-SP), com a recomendação do arquivamentos dos processos contra Sarney.

No lugar de Mercadante, o senador João Pedro fez a leitura da nota no plenário do conselho. O líder disse que, em reunião no Palácio do Planalto hoje pela manhã para discutir a crise, deixou claro que não tomaria decisões que ferissem o seu pensamento sobre o caso Sarney.

"Seria uma hipocrisia eu ler uma nota com a qual eu não concordo. Eu disse que não encaminharia essa posição", afirmou.

Mercadante também rebateu acusações de petistas de que teria se recusado a indicar parlamentares de outras legendas para ocupar as duas vagas abertas no Conselho de Ética --no lugar de Ideli e Delcídio.

"Eles tinham o direito de renunciar às vagas no conselho. Mas não me peça para fazer algo que foge às minhas convicções. Eu não poderia indicar, como líder do PT, senadores de outros partidos da base para ocupar vagas que são do nosso partido", disse.

Reclamações

Nos últimos dias, Delcídio e Ideli deixaram clara a sua insatisfação de assumir as vagas de titulares no Conselho de Ética para votar pró-Sarney. Os dois pretendem disputar, em 2010, o governo do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina. Delcídio chegou a afirmar, depois de votar em favor de Sarney, que Mercadante tornou a bancada "desamparada" ao recusar-se publicamente a defender o afastamento do peemedebista.

"Um exército forte é feito de um líder forte. Nós nos sentimos desamparados hoje", afirmou o senador.
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