Filho do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), o deputado federal Emanuelzinho (PTB) tem atuado como “bombeiro” no embate público travado entre o chefe do Palácio Alencastro e o presidente estadual do DEM, o ex-deputado federal Fábio Garcia. Para Emanuelzinho, a discussão entre os dois se mostrou “desnecessária” e abaixou o nível do debate pela sucessão na Prefeitura de Cuiabá. O petebista ainda sustenta que MDB e DEM são partidos grandes e não podem protagonizar debates pautados por questões pessoais.
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Toda a discussão começou quando Emanuel Pinheiro comentou que não decidiu se sairá à reeleição em 2020, mas que não descartava uma possível aliança com o DEM. Horas depois, Fábio Garcia desmentiu a possibilidade em uma dura nota, dizendo que Cuiabá precisa de um prefeito melhor. A resposta do prefeito veio carregada de ironia. Ele disse concordar com Garcia e afirmou que Cuiabá precisa de melhores suplentes de senador e melhores construtoras.
“Na verdade [a discussão] não foi do DEM com o MDB, foi com o presidente Fábio Garcia em uma discussão deselegante e sem necessidade com o prefeito Emanuel Pinheiro. Eu acho que o DEM e o MDB são partidos muito maduros historicamente aqui no Estado de Mato Grosso, têm muitas prefeituras, muita força política tanto na capital quanto no interior do estado e acho que os dois têm que pensar no bem de Cuiabá e de MT e não ficar pensando em questões pessoais. Têm que pensar um pouco de maneira mais elevada. Nivelando por cima a construção do processo político na capital e também no interior desse Estado”, avaliou Emanuelzinho.
De acordo com Emanuelzinho, o PTB tem a pretensão de indicar candidato a vice em uma possível chapa de reeleição de Emanuel Pinheiro. Em 2016, o atual prefeito venceu as eleições tendo como vice Niuan Ribeiro, à época filiado à agremiação trabalhista. Durante o mandato, Niuan migrou para o PSD. Recentemente, o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Misael Galvão, anunciou saída do PSB para o PTB, levantando a hipótese de uma possível dobradinha com Emanuel Pinheiro em 2020.
“É uma possibilidade”, avaliou Emanuelzinho. “O PTB quer ocupar espaço, o PTB já há muito tempo não tinha um deputado federal, não tinha uma liderança no âmbito estadual, então a gente quer buscar construir nos municípios especialmente na Baixada Cuiabana e naturalmente se inicia pela capital. A gente tem o desejo de ocupar esses espaços para poder levar as propostas, levar o companheirismo, levar a força política do PTB para a gestão municipal de Cuiabá”, afirmou.
Emanuel x Fábio Garcia
A discussão pública entre Emanuel Pinheiro e Fábio Garcia começou no último dia 17. O prefeito afirmou que uma possível aliança entre as duas legendas poderia ser algo “natural” em 2020. “Acredito, pela minha amizade com o Jayme, com o Julio, nos damos muito bem. Dobramos com o Jayme Campos, ele e o Emanuelzinho. Tenho uma ótima relação com o Mauro, fui coordenador dele na campanha de prefeito. Tenho muitos amigos no DEM, o próprio Botelho é meu amigo pessoal. Acho que é o caminho natural para quem ama Cuiabá, para quem quer melhorar cada vez mais a nossa cidade. É unir força e buscar o melhor”, disse.
Poucas horas depois, ex-deputado Fábio Garcia, enviou nota à imprensa descartando a possibilidade da aliança. No comunicado, Garcia afirma que o partido defende um novo projeto para Cuiabá. “Não é nada natural o apoio do Democratas à reeleição do prefeito Emanuel Pinheiro. Eu, enquanto presidente do partido, defendo que o DEM apresente um novo projeto para Cuiabá. Os cuiabanos merecem um prefeito muito melhor para administrar a nossa cidade”, disparou Fábio Garcia.
A resposta de Emanuel Pinheiro veio na manhã seguinte. “Ele [Fábio Garcia] tem razão. Cuiabá precisa de um prefeito muito melhor, de um vereador muito melhor, de um deputado federal muito melhor, de um suplente de senador muito melhor, de construtoras muito melhores. Cuiabá precisa aprimorar em tudo. Tudo o que for muito melhor para Cuiabá é bom, é necessário. Eu concordo com ele”, declarou o emedebista.
Pinheiro fez referência à atividade política do ex-deputado federal, mas também alfineta a atividade privada da família do suplente de Jayme Campos. É da família de Fábio Garcia a construtora Engeglobal, responsável, por exemplo, por obras planejadas para a Copa do Mundo 2014 como a do Aeroporto Marechal Rondon e os centros de treinamento (COTs) do Pari e da Universidade Federal de Mato Grosso. A Engeglobal entrou em recuperação judicial em recuperação judicial em 2018 com dívidas de R$ 48,7 milhões.
