O presidente da Amaggi, Judiney Carvalho, afirmou ser “comum” o setor do agronegócio realizar operações financeiras em paraísos fiscais. Segundo ele, os procedimentos são devidamente registrados e auditados pelos órgãos fiscalizadores e ocorrem dentro da legalidade. A informação foi dada durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Renúncia e Sonegação Fiscal.
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“O que eu disse é que todas as operações que a empresa faz são devidamente registradas, totalmente dentro da legislação. Não temos nada que nos preocupe nesse sentido. E não é a Amaggi que faz, é o setor inteiro. Qualquer empresa, se você olhar a parte operacional, funciona tudo da mesma forma. Não tem nenhuma diferença entre a Amaggi e seus concorrentes. É tudo legal, está no nosso balanço, são auditadas, fiscalizadas pelo órgão federal, municipal, estadual. Tudo que estamos falando aqui podemos comprovar”, defendeu Carvalho, em entrevista após a oitiva.
O questionamento havia sido feito momentos antes pelo deputado Wilson Santos (PSDB), que preside a CPI.
Carvalho também afirmou, após o depoimento, que irá encaminhar para a Comissão documentos que comprovem a contribuição da empresa para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). A ação é uma resposta à declarações do deputado Lúdio Cabral (PT).
Segundo o presidente da Amaggi, cerca de 90% do que é produzido pela companhia é destinado ao mercado externo, mas lembrou que por mais que o produto final não pague imposto, os insumos consumidos ao longo da cadeia acabam por contribuir com tributos. “A Ammagi vem pagando o Fethab desde sua criação. Nunca deixamos de pagar”, garantiu.
Por fim, o executivo destacou o fato de nenhum membro da família Maggi compor a diretoria da empresa e disse que é preciso separar questões políticas da atuação da companhia. “A Amaggi, embora tenha 6 acionistas e não tenha membros da família dentro da companhia, às vezes as pessoas que não sabem misturam, confundem os acionistas que foram políticos com a empresa”, pontuou.
