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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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Ciência ou Mãe Dináh? Veja o que os estudos da UFMT já apontaram sobre a pandemia no estado

Foto: Ilustração

Ciência ou Mãe Dináh? Veja o que os estudos da UFMT já apontaram sobre a pandemia no estado
O governador Mauro Mendes (DEM) questionou na segunda-feira (20) a credibilidade de um estudo elaborado por pesquisadores dos Departamentos de Matemática e de Geografia e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e ironizou que a vidente Mãe Dináh acerta mais previsões que a instituição. Olhar Direto traz agora um levantamento das projeções de casos feitas pela universidade e mostra o que realmente se concretizou.


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Visivelmente incomodado, Mendes deu a declaração após ser questionado se, em sua avaliação, a Capital saíra antes da pandemia em razão de “ações adotadas pela gestão municipal”, liderada por Emanuel Pinheiro (MDB), de quem o governador é adversário público.
 
Mendes questionou a credibilidade de um estudo elaborado por pesquisadores dos Departamentos de Matemática e de Geografia e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que indica que a Baixada Cuiabana será a primeira a atingir o pico da pandemia e, consequentemente, a região em que a curva epidemiológica deve desacelerar inicialmente.
 
Olhar Direto fez levantamento que mostra as projeções feitas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desde o início da pandemia, mostrando quais eram as previsões e o que, de fato, se concretizou.
 
Todas as projeções feitas pelos pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foram realizadas por meio de modelos matemáticos, considerando a proporção de infectados e o número acumulados de casos.
 
Os pesquisadores ressaltam que os modelos matemáticos podem, e devem ser vistos como uma aproximação, ou caricatura, da realidade. A confiabilidade deles depende fortemente da confiabilidade das fontes de informações da realidade os estudiosos tem acesso. “Quanto mais precisas forem as informações disponíveis, maior será o grau de previsibilidade do modelo sobre a realidade”, diz o documento.

Confira abaixo:
 
O oitavo Informe Epidemiológico da UFMT – o primeiro deles a conter projeções de casos - previa que até 30 de maio, Cuiabá poderia ter 838 casos do novo coronavírus. O boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) daquela data revelou que o número de casos foi de 723.
 
Já o nono Informe Epidemiológico da UFMT apontava que, até 06 de junho, havia a possibilidade de que Cuiabá chegasse a 1.250 casos. O boletim da Secretaria de Saúde mostrou que até aquela data foram confirmados 1.081.
 
No Informe Epidemiológico posterior, os modelos matemáticos apontaram que Cuiabá poderia chegar a 1.818 casos de Covid-19 até 13 de junho. Porém, desta vez o número que se confirmou no boletim do Governo do Estado foi de 1.657 infectados pela doença.
 
No 11º Informe Epidemiológico, a previsão era que Cuiabá chegaria a 2.620 casos de coronavírus até 20 de junho. O boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou para aquela data 2.402 pessoas infectadas pela doença.
 
O estudo posterior da Universidade Federal de Mato Grosso previa 3.886 até 27 de junho. O boletim do Estado mostrou que, naquela data, 3.394 pessoas testaram positivo para a Covid-19.
 
O levantamento do 13º Informe Epidemiológico apontava a possibilidade de que Cuiabá chegasse a 4.669 em 04 de julho. Desta vez, boletim da Secretaria de Saúde mostrou que o número cresceu mais que o esperado, chegando a 4.755 confirmados.
 
Já o 14º Informe Epidemiológico previa que a capital mato-grossense poderia ter, até o dia 11 de julho, 5.903 pessoas que testaram positivo para o coronavírus. O número consolidado, divulgado pelo Estado, foi ainda maior, de 6.205.
 
O último Informe, divulgado na semana passada, apontava a possibilidade de que Cuiabá tivesse até 18 de julho 7.245 casos confirmados. Boletim da Secretaria de Saúde mostrou que o número de infectados chegou 6.910 infectados pela Covid-19.
 
Detalhes do modelo
 
Importante fator na análise da dinâmica de epidemias é o valor de Rt que é o R0 efetivo em um determinado momento específico levando em conta as mudanças que podem afetar o R0, como o distanciamento social, por exemplo; lembrando que o R0 é o número de reprodução básico do vírus, ou seja, o número médio de contágios causados por cada pessoa infectada, em uma população onde todos são suscetíveis.
 
Em Cuiabá, desde a SE 14, o Rt oscilou entre 0,62 (SE 18) e 2,91 (SE 14) demonstrando grandes diferenças no que se refere à disseminação do vírus. Nesta última semana (SE 28–05 a 11 de julho) o Rt foi 1,28, pouco inferior a SE 27 (1,41) indicando redução da dispersão da epidemia e podendo influir na projeção do número de pessoas infectadas, assim como no momento do pico da epidemia.
 
“Ressaltamos que somente se o Rt se mantiver menor do que 1 por algumas semanas a epidemia irá diminuir de tamanho até ser eliminada ao longo do tempo. Neste sentido, há que se intensificar os esforços para o controle da doença em Cuiabá haja vista que, desde o início da epidemia, somente em duas semanas epidemiológicas o Rt foi inferior a 1 (SE 16 e 18)”, diz trecho do último informe divulgado na semana passada.
 
Objetivo
 
O objetivo do estudo da UFMT é para que as autoridades vejam como está o avanço do coronavírus e tomem medidas para evitar que, o que foi apontado no modelo matemático, se concretize.
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