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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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Cacique Raoni recebe diploma de doutor honoris causa pela Unemat

Foto: Reprodução Unemat

Cacique Raoni recebe diploma de doutor honoris causa pela Unemat
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) entregou o diploma de doutor honoris causa ao cacique Raoni, líder indígena Mebêngôkre (Kayapó), nesta quarta-feira (11), em ato cerimonial realizado em Colíder (634 quilômetros de Cuiabá).  A concessão foi aprovada pelo Conselho Universitário da Unemat (Consuni) em dezembro de 2019. A indicação é o reconhecimento por tudo que sua trajetória de luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação da Amazônia representa para os povos originários do Brasil.


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O diploma foi entregue a Raoni pelo reitor da Unemat, Rodrigo Bruno Zanin, que reafirmou a importância que o cacique tem para os povos indígenas e também para a Unemat. "O título de doutor concedido faz jus à luta e ao conjunto de ações que o cacique Raoni desenvolveu e liderou ao longo de sua vida. Uma vida que é sinônimo de esperança de uma sociedade justa de respeito e preservação do meio ambiente e de defesa do seu povo. O cacique é uma liderança reconhecida mundialmente e a Unemat sente-se honrada em conceder o título de doutor ao cacique Raoni." 

Raoni recebeu emocionado a homenagem e falou, em seu idioma, do imenso prazer em receber da Unemat o título de doutor honoris causa, pois, para ele e seu povo, este ato significa a luta pela permanência da floresta, da demarcação das áreas indígenas e da continuidade da vida. O cacique foi prestigiado também por seus familiares e pela neta Mayalú, egressa do curso de Geografia da Unemat, em Colíder, e primeira mulher com ensino superior completo do seu povo.

Participaram da solenidade os gestores dos câmpus de Colíder, professor Marcelo Leandro Holzschuh e o técnico Ilson Henrique Moreira e do câmpus de Barra do Bugres, professor Fernando Selleri Silva, como também os servidores do câmpus e parentes do cacique.

A vida de Raoni

Líder indígena Mebêngôkre (Kayapó) nascido em Kapôt no Estado de Mato Grosso, no início dos anos 1930, o cacique Raoni é mundialmente conhecido por reivindicar os direitos indígenas e por sua intensa mobilização contrária à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte e do Complexo Hidrelétrico do Xingu, que teve sua construção paralisada por mais de 20 anos com a exigência de revisão dos projetos de desenvolvimento para a região do Xingu e com o lançamento da Declaração Indígena de Altamira.

O cacique também teve uma atuação bastante significativa durante o processo da Assembleia Constituinte de 1988, que garantiu direitos fundamentais para os povos indígenas com respeito à demarcação de terras. Foi neste período também que o cacique ganhou notoriedade mundial após realizar uma turnê com o cantor britânico Sting. 

Com o apoio internacional, Raoni criou as organizações não governamentais Rainforest Foundation e a Fundação Mata Virgem para proteger as florestas e os Mebêngôkre. Além desta parceria, Raoni conquistou importantes apoiadores à causa como o então presidente francês François Mitterrand, o ex-primeiro-ministro francês Jacques Chrirac, o rei Juan Carlos da Espanha, o príncipe Charles da Inglaterra e o Papa João Paulo II.

A projeção mundial do cacique Raoni se dá também, além da luta incessante pela vida indígena e pela floresta, por ser um líder imponente, determinado, astuto, interessado em política, carismático, estrategista e apaziguador. Raoni é reconhecido rapidamente pela sua marca registrada o botoque, adorno que carrega no lábio inferior, representando seu compromisso com a terra na qual nasceu.

 
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