A Comissão Municipal de Saúde de Wuhan comunicou em seu site que detectou três amostras do novo coronavírus na parte externa de embalagem de carne, de um lote que foi enviado de uma unidade da Marfrig em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13), pela Agência de Notícia Reuters.
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A unidade da Marfrig em Várzea Grande é a mesma que teve suas exportações para a China suspensas durante quatro meses. Como a exportação é feita por navios, as carnes levam alguns meses para chegar em solo chinês, como foi o caso do lote da Marfrig, que chegou ao país no dia 7 de agosto e em Wuhan no dia 17 de mesmo mês, permanecendo em um frigorífico até recentemente.
Em maio, 14 funcionários desta unidade da Marfrig testaram positivo para o novo coronavírus. Na época, a empresa informou que adotou medidas para a prevenção da doença em suas unidades, entre as quais, a aferição da temperatura de todos os colaboradores na entrada da empresa, o aumento do intervalo entre operações, a diminuição do fluxo no refeitório com diferentes intervalos para as refeições, o afastamento dos colaboradores com sintomas de gripe, grávidas, portadores de doenças crônicas e acima de 60 anos.
O novo coronavírus foi encontrado em embalagens brasileiras na mesma semana que foi encontrado em embalagens de carne bovina argentina. Em comunicado a Reuters, a Marfrig informou que não irá comentar sobre o caso, enquanto o Ministério da Agricultura alega que não foi acionado pelas autoridades sanitárias da China.
Diante dos vírus encontrados, mais de 100 funcionários foram submetidos e 200 amostras ambientais foram coletadas. A medida é reflexo da intensificação de combate ao novo coronavírus. Desde junho o país passou a testar também alimentos importados e, em setembro, encontrou apenas 22 amostras positivas de quase 3 milhões.
Com a descoberta de que alguns trabalhadores portuários foram infectados com o vírus, a comissão intensificou os testes e desinfecção das importação de alimentos durante esta semana.
Com informações de Reuters e G1.