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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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EM TRATAMENTO DOMICILIAR

Cuiabana testa positivo para Covid-19 pela segunda vez e relata sintomas mais graves: "só de lembrar, me assusta"

Foto: Reprodução

Rakelly Maria Ferreira segue em tratamento.

Rakelly Maria Ferreira segue em tratamento.

Casos de reinfecção pela Covid-19 no Brasil já foram confirmados pelo Ministério da Saúde e outros seguem em investigação. Em Cuiabá, a técnica administrativa Rakelly Maria Ferreira de Lima, de 32 anos, testou positivo para a doença duas vezes em um intervalo de três meses.


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Segundo Nota Técnica que estabelece orientações preliminares sobre a conduta frente reinfecção da Covid-19 no Brasil, é considerado caso suspeito o indivíduo com dois resultados positivos por meio da técnica de RT-PCR em tempo real para o vírus SARS-CoV-2, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independentemente da condição clínica observada nos dois episódios.

O primeiro exame positivo da cuiabana foi realizado no dia 9 de setembro de 2020. “Eu não sentia muita coisa para fazer o exame. Eu só fiz porque o trabalho solicitou e deu detectado. Eu não tinha sintomas, apenas dor de cabeça por uns dias, mas nada que pudesse dizer que era covid. Eu fui quase assintomática da primeira vez. Daquela vez, eu não cheguei a tomar azitromicina nem nada, porque o médico infectologista que eu fui disse que se eu continuasse sem sentir nada, não precisava tomar os remédios. Então eu tomei na época só ivermectina e vitaminas como zinco, vitamina C, essas coisas”, lembra Rakelly em entrevista ao Olhar Direto.
 
O segundo diagnóstico aconteceu recentemente. Dia 28 de dezembro de 2020, a técnica administrativa resolveu fazer o exame depois que sua irmã testou positivo. “E eu fiz porque amanheci gripada. Meu nariz entupido, mas eu fiz porque ela estava [com a doença], não porque eu estava com sintomas horríveis”, acrescenta.

“Quando deu positivo eu fui para o [Hospital] Amecor, no Pronto-Atendimento eu levei exame de positivo que tive em setembro e levei o que eu tinha acabado de fazer. Eu estava indisposta naquele dia a tarde. Fiz a tomografia e o comprometimento do pulmão deu menor que 25%”, afirma.

Depois de tomar medicação na veia, Rakelly retornou para casa, onde iniciou o tratamento domiciliar com ivermectina, azitromicina e corticoide. “Nos três primeiros dias eu não tive muitos sintomas, mas a partir do dia 31, foi uma das piores dores que eu senti no corpo em toda minha vida. Só de lembrar me assusta, me emociona, porque eu nunca tinha sentido aquilo, eu fiquei muito assustada”, relata.
 
Rakelly passou a virada para o ano de 2021 com a doença e em uma casa no município de Santo Antônio de Leverger, com a irmã e o cunhado. Todos estavam com a Covid-19. “Era uma dor que me consumia de uma maneira que eu não sei explicar. Tomei calmante também naquela noite para ver se eu conseguia dormir o mais rápido possível. Enfim os remédios fizeram um pouco de efeito. E eu consegui dormir. No outro dia a dor continuou pior, só que a minha irmã tinha relatado que sofreu essas dores, só que com certeza, a minha estava com mais intensidade, segundo ela disse, porque eu expressava que era como se alguém tivesse inflando meu osso. Era esse tipo de dor que eu sentia. As febres também não cessaram. Eu fui até o quarto dia com dor intensa em todo corpo”, explica.

No último domingo (3), Rakelly resolveu ir ao hospital refazer a tomografia, pois estava com dificuldades para respirar. “Eu não conseguia falar por muito tempo, não conseguia andar, para bocejar doía muito”.
 
Entretanto, a unidade de saúde estava lotada e ela resolveu retornar na segunda-feira (4). “Meu pulmão comprometeu muito mais. Foi de menos de 25% para 30-50% de comprometimento do pulmão. Estou agora aplicando anticoagulante na barriga para ver se eu consigo respirar melhor, continuo em repouso, porque tenho que continuar”, pontua.
 
Nesta quarta-feira (6), a técnica administrativa completa 14 dias de tratamento da doença. Ela faz um alerta. “Meu infectologista falou que eu fui reinfectada. A reinfecção existe, ele mesmo deu esse alerta. O médico que me atendeu no Pronto-atendimento também confirmou que eu peguei novamente. Cada corpo reage de uma maneira, tem gente que cria anticorpos e tem gente que não. E mesmo criando é por um período e não para sempre. Eles me confirmaram que eu sou reinfectada sim”, assevera.

“A gente assusta com o medo que sua família pegue, que sua avó pegue, sua mãe pegue. As pessoas que tem mais idade peguem. Eu penso que quase não aguentei com 32 anos e foi muito difícil, imagina as pessoas mais idosas.  Me assustou muito e a minha família. O pior de tudo é não estar perto para cuidar, para olhar, porque é perigoso, é uma doença que não deixa as pessoas ficarem perto para cuidar, olhar você”, cita.

“Para as pessoas que não tem medo dessa doença, tenham! Porquê da primeira vez eu não tive sintomas, eu fiquei tranquila. ‘Se for assim, porque pegar’. Ouço de muita gente e até eu já falei isso. ‘Melhor pegar logo’. Não, não é melhor pegar logo, não é melhor passar por isso, porque a primeira vez para mim foi tranquilo, mas o médico fala que quem pega de novo é pior. Eu peguei e foi a pior dor que eu senti, medo, angustia. A doença não mexe só com seu corpo físico, ela mexe com seu psicológico, eu não sei explicar, é como se ela andasse no seu cérebro, na sua razão, tirasse você do eixo, deixasse você desesperada. A doença é capaz de tudo isso, mexer completamente com você em tudo, na sua fé, ela é capaz de tudo”, lamenta.

Mato Grosso 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) notificou, até a tarde desta terça-feira (05), 183.673 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo registrados 4.596 óbitos. Apenas nas últimas 24 horas foram 13 mortes pela doença. Entre as vítimas está um homem de 42 anos, de Paranatinga, que não possuía comorbidades.

Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 206 internações em UTIs públicas e 217 em enfermarias públicas. Isto é, a taxa de ocupação está em 51,12% para UTIs adulto e em 25% para enfermarias adulto.
 
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