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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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DESCASO DE FURNAS

Grupo faz cota para comprar peixes predadores de piranhas após aumento de ataques no Manso

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Grupo faz cota para comprar peixes predadores de piranhas após aumento de ataques no Manso
Um grupo de pessoas que possuem propriedades na região do Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães (60 km de Cuiabá), resolveu arrecadar dinheiro para comprar peixes predadores de piranhas, após o aumento de ataques. O advogado Ricardo Arruda, que está à frente da campanha, disse que tomou a iniciativa diante do descaso do Poder Público e da empresa Furnas.


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“Tivemos que tomar a frente juntamente com outras pessoas que tem propriedade, para organizar isso. O Poder público não toma iniciativa, de dois anos para cá, os ataques pioraram. Antes era fato isolado. Sabíamos que tinha, mas era cerca de quatro ao ano. Atualmente, em um final de semana é quatro em apenas um dia, e as piranhas estão cada vez maior. Daqui a pouco vai ter gente perdendo membro”, disse ao Olhar Direto.

O grupo ‘Salve o Manso das Piranhas’ já conta com cerca de 300 pessoas. Desde segunda-feira (14), quando a campanha começou, até hoje (17), o montante arrecadado é de R$ 60 mil. Ricardo  Arruda espera atingir a meta de R$ 100 mil até o final do mês. Entre as espécies predadores que o grupo pretende comprar estão o dourado e o surubim.

Segundo o advogado, a Furnas deveria fazer o repovoamento dos peixes predadores, mas está instalada no Lago do Manso há 20 anos, e isso nunca aconteceu. A Prefeitura de Chapada dos Guimarães, inclusive, já autuou a empresa em mais de R$ 38 milhões por não apresentar o programa de peixamento anual e pela não soltura de alevinos.

Os proprietários de imóveis da região já pediram ajuda da classe política como da deputada Janaina Riva (MDB), e dos deputados Elizeu Nascimento (PSL) e Eduardo Botelho (DEM).

Nesta semana, o deputado estadual Allan Kardec (PDT) apresentou um Projeto de Lei que estabelece o Programa de Repovoamento de Peixes nas barragens de usinas hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e nas centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) no estado, cujos encargos de implantação serão de responsabilidade das empresas exploradoras da atividade.

“Fomos, por exemplo, na Usina de Sinop e lá tem um grande repovoamento de cascudo e abotoado. Precisamos fazer que essas usinas coloquem os peixes comerciais para pesca esportiva e alimentação [como] pintado, surubim, cachará, jaú e pacu. Usina do Manso, PCH’s que precisam fazer o repovoamento, que seja aberto para que todo mundo saiba o período e que peixe está sendo colocado na nossa baía do Rio Cuiabá”, disse.

O repovoamento deverá ser feito após realização de estudo técnico, inclusive de impacto ambiental, que determinará quais as espécies de alevinos serão utilizadas, a quantidade de peixes e a construção de criadouros que garantirão o tamanho mínimo dos alevinos para soltura nos rios.

A proposta defende a contratação de mão-de-obra local para trabalhar na gestão dos criadouros e no processo de repovoamento, garantindo renda para as comunidades ribeirinhas afetadas.

As despesas decorrentes desta Lei serão assumidas pelas Usinas Hidrelétricas, PCHs e CGHs como formas de compensação pela exploração comercial de seus produtos, sendo a Lei de Repovoamento um critério para a renovação das concessões.

Interessados em colaborar com a campanha podem entrar em contato com o advogado pelo telefone:  (65) 98419-2147

Soltura de peixe precisa de autorização 

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) esclareceu que o lago do Manso, por ser um ambiente de ecossistema lêntico, nos quais a água apresenta pouco ou nenhum fluxo, é propício ao desenvolvimento de peixes como a piranha. Estes peixes normalmente são atraídos por sons de frutas e sementes que caem de árvores e batem na água. Eventualmente, poderão haver ataques a pessoas ou animais e, para que isso ocorra, a piranha precisa de um chamariz.

Diante deste cenário, a Secretaria orienta a população que evite hábitos como jogar comida, entrar na água com qualquer lesão não cicatrizada no corpo (segundo relatos, a piranha percebe uma gota de sangue em aproximadamente 200 litros de água), pois são ações que poderiam atrair a atenção desses peixes.

Outra recomendação, é realizar o cercamento de quiosques que ficam dentro da água com sombrites ou outro tipo de tela que permita a passagem da água e impeça o trânsito de qualquer tipo de peixe.

Conforme o decreto 337/2019, que disciplina o procedimento de licenciamento ambiental para cultivo de espécies de peixes, a soltura de alevinos em corpos hídricos no Estado de Mato Grosso, visando o peixamento de rios e lagos só poderá ser feita com autorização emitida pela Sema-MT com três meses de antecedência.

O interessado deve protocolar a Solicitação Prévia de Peixamento junto à Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema com três meses de antecedência. "Os alevinos devem ser de espécies oriundas da mesma bacia hidrográfica onde será feito o peixamento e produzidos em estabelecimento licenciado para a produção de alevinos", dispõe o artigo 4º.

O processo de soltura deve ser acompanhado por um responsável técnico acompanhado de ART.

Atualizada às 9h44 do dia 18/02/2021.
 
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