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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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MT espera por resposta

Diretor russo afirma que Anvisa foi mentirosa ao barrar Sputnik V e Fundo diz que há pressão dos EUA

Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters

Diretor russo afirma que Anvisa foi mentirosa ao barrar Sputnik V e Fundo diz que há pressão dos EUA
O diretor do fundo que financiou o desenvolvimento da vacina Sputnik V, Kirill Dmitriev, disse que a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de não aprovar a importação da Sputnik V, foi resultado de uma possível pressão política externa para não deixar o imunizante entrar no país. Além disto, ainda chamou órgão de mentiroso e antiprofissional, ao divulgar, segundo ele, informações falsas sobre o produto russo. Vale lembrar que Mato Grosso tem em maõs um contrato para aquisição de 1,2 milhão de unidades.


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Em uma entrevista global, realizada nesta terça-feira (27), Dmitriev pontuou, sem citar nomes, que tudo “faz parte da política. O que ela [Anvisa] vem pedindo de documentação para nós é bem maior e diferente do que ela pede para outros órgãos reguladores e produtores de vacinas”.
 
O diretor ainda acrescentou que a Anvisa foi antiprofissional e mentirosa ao divulgar, segundo ele, informações falsas sobre a Sputnik. Ele afirma que a vacina já foi aceita em 62 países e caminha para ser aprovada em Bangladesh. "É muita injustiça e falta de profissionalismo da Anvisa lançar luz de incertezas contra o trabalho de outras 63 agências reguladoras”.
 
Sobre a presença do vírus replicante, um dos pontos mais graves apontado no relatório da Anvisa, o diretor disse que o órgão não divulgou, em seu parecer, documento apresentado pela Rússia sobre o sistema rigoroso de controle na produção da vacina. “Temos os melhores sistemas de filtração de vacinas no mundo. Nossas análises apontam zero caso de trombose cerebral entre adultos que tomaram a vacina”.
 
Ele ainda acrescentou que a Sputnik passa por quatro sistemas de filtração, o que a deixa com alto grau de pureza ao final do processo. “Não acreditam no estado russo. Nosso ensaio clínico foi feito em cinco países, incluindo a Índia. Algumas vacinas aprovadas no Brasil [sem citar nomes] não receberam esse selo no mundo”.
 
Em nota, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) pontuou que a decisão de adiar a aprovação da Sputnik nada tem a ver com o acesso do órgão regulador à informação ou à ciência. “Em nossa opinião, essa decisão é consequência direta da pressão dos Estados Unidos”.
 
Consórcio
 
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), formado pelo Distrito Federal, Mato Grosso e outros cinco Estados vai aguardar um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF)" para reavaliar a compra de 28 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 Sputnik V.
 
O BrC tem um contrato de intenção de compra para aquisição de 28 milhões de doses da vacina – cada unidade da federação receberia 4 milhões. A negociação é feita diretamente com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF). Entretanto, de acordo com a entidade, "a aquisição só seria realizada mediante aprovação da Anvisa".
 
O vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), que também é secretário-executivo da autarquia, explicou à reportagem que só após a decisão do STF, os estados poderão tomar medidas sobre a importação da vacina. "Em caso de autorização do STF, permitindo judicialmente essa importação, a decisão será tomada em conjunto pelos sete governadores."
 
Falhas
 
A Gerência de Medicamentos apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
 
A diretora Cristiane Joudan Gomes defendeu que a segurança é fator primordial. "A presença de adenovírus (replicante) pode levar a uma serie de consequências, até um surgimento de manifestação e doenças autoimunes", disse.
 
Segundo a Anvisa, a empresa russa não enviou relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade. Os técnicos também não encontraram o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada.
 
Durante a visita de uma comitiva no local, o Fundo Russo tentou cancelar inspeção presencial e não autorizou acesso ao Instituto Gamaleya, que faz o controle de qualidade da vacina. Também não foi possível  identificar os fabricantes de sua matéria prima.
 
O relator do processo, Alex Machado Campos, classificou a situação atual da vacina como um "mar de incertezas" e disse que ela aponta um cenário de riscos "impressionante".
 
A Anvisa informou que a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não têm tradição na análise de medicamentos e não produziram relatórios próprios sobre o imunizante. 

(Com informações da Folha de S. Paulo e G1)
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