Desde a última quinta-feira (13), Mato Grosso voltou a registrar um aumento significativo na taxa de transmissão do coronavírus. Segundo dados divulgados pelo médico sanitarista e deputado Estadual, Lúdio Cabral (PT), há seis dias o estado apresenta taxa de transmissão acima de 1. Para o parlamentar, o aumento se deve ao afrouxamento das medidas de biossegurança em todo o estado.
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Ainda de acordo com o estudo feito por Cabral, a taxa de transmissão alcançou o menor patamar em 26 de abril, com 0,81. Neste período, a cada 100 pessoas transmitem o vírus para outras 81 pessoas. Já na terça-feira (18) o número passou para 1,12, o que significa que cada 100 pessoas transmitem a doença para outras 112 pessoas.
O aumento acendeu um alerta e virou pauta no encontro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (AL-MT), realizado nesta terça-feira (18), com a participação do secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, junto dos secretários municipais. Na ocasião, o deputado afirmou que a pandemia deve se agravar em território mato-grossense. “Isso significa que a epidemia volta a se acelerar em Mato Grosso, e isso se refletirá no aumento do número de casos novos de covid-19”, explicou Lúdio.
Painel Desenvolovido pelo deputado Lúdio Cabral (PT)
Outro indicador apontado pelo parlamentar é a ocupação dos leitos de UTI. Segundo Cabral, dos 26 hospitais de referência em Mato Grosso, 10 estão com 100% dos leitos de UTI ocupados. Segundo o Painel Interativo da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), atualizado nesta quarta-feira (19), a taxa de ocupação geral dos leitos de UTI ultrapassa os 77%.
Novos decretos
No dia 14 de maio, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), editou um novo decreto flexibilizando as medidas de biossegurança. Na nova determinação, o toque de recolher passou a vigorar das 01h às 05h. Já bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais podem funcionar das 9h às 00h.
O decreto entrou em vigor no último dia 14 de maio e segue em vigência até o dia 31 de maio. Na justificativa para as mudanças, o chefe do executivo apontou uma redução na taxa de ocupação dos leitos de UTI, na época em 74% (3% a menos do registrado nesta quarta-feira).