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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Gordura reprograma genes ligados ao diabetes

Um gene que ajuda as células do músculo a queimar gordura pode ser radicalmente alterado e desligado se as células que o possuem são expostas a gordura. A descoberta, divulgada na revista "Cell Metabolism", sugere que o mesmo processo pode ocorrer quando pessoas comem "junk food" demais, com excesso de gordura, o que resulta em mudanças drásticas para este gene "queimador" dela.


"De alguma forma, o ambiente joga com os genes que nós temos", diz a líder do grupo de pesquisa, Juleen Zierath, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia. Ela diz que as descobertas de sua equipe fornecem novas pistas para mostrar como isto acontece, e podem ajudar a explicar como o diabetes tipo 2 se desenvolve na idade adulta.

Uma possibilidade, ela diz, é que as células alteradas se tornam tão cheias de gordura não queimada que elas se tornam "diabéticas", e não aceitam mais sinais do hormônio insulina, o que normalmente deveria ativar a absorção de glicose da corrente sanguínea.

Mas a prova de que componentes na dieta podem permanentemente alterar genes é ela mesma um avanço, fornecendo a primeira evidência de que a comida que comemos pode mudar a função de nosso DNA. Este é um processo conhecido como "epigenética".

Gordura desliga genes

Neste estudo, o DNA em si permanece inalterado, exceto por um processo-máscara chamado "metilação", que pode permanentemente desativar um gene ao "tampar" unidades químicas individuais.

Anteriormente, no mesmo grupo de experimentos, os pesquisadores descobriram que células musculares de pessoas com diabetes tipo 2 já mostraram estas reveladoras alterações epigenéticas em seu DNA. Isto ocorreu particularmente no gene PGC-1, que orquestra programas metabólicos críticos com a queima de gordura na mitocôndria, a câmara de geração de energia celular.

Por outro lado, as células musculares saudáveis de não diabéticos funcionaram normalmente.

O resultado mais importante veio quando um membro da equipe, Romain Barrés, expôs as células musculares saudáveis ao ácido palmítico, gorduroso e comestível. Ele descobriu que o gene PGC-1 se tornou "metilado", como acontece nas pessoas com diabetes.

"O ácido palmítico essencialmente desativa o gene", diz Zierath. O mesmo aconteceu com a exposição ao fator de necrose tumoral-alfa, uma substância produzida por glóbulos brancos para ajudar a combater a infecção.
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