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Manifestantes realizam ato contra censura após voo de helicóptero da Ciopaer em colégio

03 Set 2021 - 12:01

Da Redação - Fabiana Mendes / Da Reportagem Local: Airton Marques

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Manifestantes realizam ato contra censura após voo de helicóptero da Ciopaer em colégio
Grupo de manifestantes realizou um ato contra a censura na manhã desta sexta-feira (3), em frente à sede da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), no Centro Político Administrativo (CPA), da qual o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) é vinculado.


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O titular da Pasta, Alexandre Bustamante, deve receber os representantes para uma reunião na tarde de hoje. Eles afirmam que precisam saber das providências que serão tomadas pela Sesp por conta do uso da aeronave, custeada com dinheiro público.

A demonstração pública ocorre um dia depois que uma aeronave sobrevoou o Colégio Notre Dame de Lourdes, localizado no bairro Cidade Alta, em Cuiabá, com uma bandeira do Brasil. A unidade alega que o episódio não guarda relação com a recente punição imposta pela escola a uma profissional que criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A presidenta da União Estadual dos Estudantes (UEE), Giovanna Bezerra, se mostrou preocupada. “A bandeira do nosso pais se tornou um símbolo do fascismo. Esse ato da Polícia Militar, da Ciopaer, de sobrevoar a escola logo após a professora ter sido suspensa por três dias, foi para amedrontar e colocar o medo nos estudantes, na comunidade acadêmica e professores”, pontua.

“Na escola é onde a gente aprende a debater nossas ideias, onde aprendemos a respeitar a opinião do outro. Quando essa professora expõe a realidade, principalmente do nosso país, a gente fica preocupado com a democracia, em relação ao futuro e as ideias dos nossos jovens. Parece que estamos voltando em 1964, retrocedendo a ditadura militar onde não podíamos expor nossas ideais. É algo que nos preocupa muito”, acrescentou.

A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Mato Grosso (Sintrae-MT), Nara Teixeira disse que o colégio e o Ministério Público do Trabalho foram notificados sobre o ocorrido para que providências sejam tomadas. Ela ainda disse que a professora do ensino fundamental está muito abalada com o ocorrido.

“Ela está muito abalada, é o que eu posso falar, ela não tem comentado essas questões comigo. O sindicato ofereceu todo apoio que ela precisar do ponto de vista jurídico da nossa entidade. Nossa preocupação com ela é de resguardar. Ela não tem condições de falar com ninguém. Ela não quer se posicionar, porque também ela está muito abalada com a repercussão. O que a gente coloca de forma muito clara é que é que vamos estar lutando para que todos os direitos dela sejam garantidos”, afirmou a presidente.

Diante do caso, quem também emitiu posicionamento foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). “Uma professora dava uma aula discutindo o marco temporal, que envolve a luta indígena, a luta ambiental e a questão do agronegócio. A professora falou do tema em sala de aula, defendendo uma tese ambiental sobre os direitos dos povos originários à demarcação de terras, o que garante inclusive um ambiente saudável na região. E essa professora foi gravada por um pai de aluno, bolsonarista, que jogou a aula nas redes. A professora foi profundamente atacada pelos pais dessa escola de classe média da cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso, e foi imediatamente suspensa pela escola. Um ato ilegal da escola, sob pressão desses fascistas”, relata, indignado, o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis.

“Vamos denunciar ao Ministério Público, ao Supremo Tribunal (STF), à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, e fazer uma grande mobilização nacional. Não aceitamos, em hipótese alguma, o que aconteceu na cidade de Cuiabá”, afirmou Gilson.
 
Com repercussão nacional, a Ouvidoria Geral de Polícia de Mato Grosso informou que fará um questionamento formal sobre o uso do helicóptero. A solicitação da Ouvidoria é para saber os critérios adotados para o atendimento da suposta solicitação. O questionamento visa preservar as instituições do possível uso político de caros equipamentos públicos de segurança.

A Corregedoria da Polícia Militar tem 10 dias para responder formalmente ao questionamento da Ouvidoria. Se comprovado o uso da aeronave de forma indevida, o Ciopaer poderá ser punido.  
 
Vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento que a aeronave se aproxima da unidade escolar. A captação do áudio revela que os estudantes foram pegos de surpresa. É possível ouvir alguém questionando o que estaria acontecendo ali.

Segundo o colégio, o voo rasante da faz parte das atividades de Sete de Setembro e já havia sido planejada há dias. 

Em nota, a Sesp afirmou que “a bandeira do Brasil foi mostrada aos alunos sem nenhuma conotação política, mas no intuito de demonstrar o patriotismo nesta que é uma data importante para o país”.

Acrescentou também que não coaduna com posicionamentos políticos no âmbito do serviço público e que qualquer excesso cometido pelos servidores da Pasta será motivo de medidas administrativas.
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