É difícil arrancar um sorriso do técnico Dunga. Considerado um 'brucutu' em sua época de jogador, o então volante calou os críticos ao levantar a taça do tetracampeonato mundial com a seleção brasileira, no Mundial de 1994. Celebrou com um palavrão, flagrado pelas câmeras de televisão e transmitido ao vivo para todos os cantos do mundo.

Alçado à condição de técnico da seleção brasileira mesmo sem ter experiência prévia na profissão, o ex-volante, que substituiu Carlos Alberto Parreira no cargo após o fiasco canarinho na Copa da Alemanha, já ouviu coros de "adeus, Dunga" em todos os cantos do Brasil e passou por incontáveis turbulências. Mas parece caminhar para o mesmo final feliz do Mundial dos Estados Unidos.

Depois de levar o time verde e amarelo à sua 11ª vitória consecutiva nesta quarta-feira, em Salvador, diante do Chile, o técnico foi aplaudido pelos torcedores e elogiado pela imprensa. Mesmo sem esboçar qualquer sorriso, ao ser questionado sobre o balanço de seu trabalho, Dunga afirmou: está feliz.

"A maior parte dos treinadores que passou pela seleção foi questionada. A crítica faz parte, mas, com a minha chegada, muita coisa mudou. Começamos uma forma de trabalhar diferente. Estou feliz pelo suporte da CBF e pela transparência dos jogadores. O resultado está aí. Estou felicíssimo", vibrou, emendando, na sequência, uma rápida retrospectiva de suas conquistas.

"Um cara sem experiência nenhuma ganhou a Copa América, a Copa das Confederações, montou um time em seis dias e trouxe uma medalha [de bronze] das Olimpíadas, classificou para a Copa do Mundo com três rodadas de antecedência. É claro que estou muito feliz, apesar de algumas pessoas por aí não estarem", ironizou, mesmo sem alterar seu semblante sério.